terça-feira, 5 de julho de 2011

OBRIGADA MAMÃE

 Mamãe: Que lhe dizer?! Que eu a amo porque você me deu a vida?! Isso está tão badalado!

Eu a amo porque você caminhou comigo de mãos dadas pelos íngremes caminhos da vida, semeando a minha estrada de belas rosas, enquanto as suas mãos sangravam nos espinhos que você aparava para não ferir as minhas. Eu a amo porque você foi a mais bela dádiva que o Criador me deu; porque você percorreu passo a passo a estrada por onde eu haveria de trilhar, livrando-a das pedrinhas e dos obstáculos para que eu não tropeçasse nas vicissitudes da via; porque você me ensinou a amar, a ver a beleza cristalina das águas que cobrem a superfície da terra, numa simples poça d’agua; a vibrar de alegria ouvindo  o gorjear dos pássaros, a mirar extasiada o firmamento, admirando o pôr-d-sol no instante sublime do crepúsculo; a ver Deus em todas as coisas : no sorriso de uma criança, nas lágrimas de um ancião, no sofrimento dos que têm fome, no coração dos que anseiam por justiça, no altar das Igrejas. Você me ensinou a sorrir por entre a dor, a levantar-me após uma queda, mostrando-me que só os fracos não sabem levantar-se quando caem; você me mostrou que é mais sublime morrer por um ideal do que se vender às honrarias do mundo. Você me mostrou a sua alma e nela eu vi refletido como num espelho do mais puro cristal, a beleza interior que você possui; porque você é grande na alegria e na tristeza; grande na dor como na felicidade. Mulher, força, beleza, divindade! Onde buscar as palavras certas para dizer-lhe tudo que  você representa para mim? Você é meu tudo, meu tesouro, minha vida.
           
Como me sinto pequenina e humilde quando falo de você. Sou como um grão de mostarda ante os Andes! Um pigmeu ante um gigante!

Nunca, Mamãe. Nunca mesmo, vou ser capaz de dizer-lhe o que você representa na minha vida. Só me resta agradecer-lhe por só ouvir dos seus lábios palavras de carinho. Por não guardar de você nenhuma mágoa. Você nunca foi desatenciosa comigo! Você nunca me bateu, sequer, com uma rosa. Você me deu tanto amor que fui obrigada a distribuí-lo entre os meus amigos, porque não conseguia guardá-lo todo para mim.

Perdoe-me, Mamãe, por não saber amá-la como você merece. Permita-me, no entanto, desejar que todos os filhos do mundo possam dizer o digo agora: Minha mãe? Minha mãe era uma santa.

Marisa Alverga


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