O dia de ontem jamais voltará! É preciso valorizar o tempo, empregando-o sabiamente, minuto a minuto. Quantas vezes deixamos algo importante para outro dia e, de repente, não temos tempo de realizá-lo porque alguma coisa mais urgente surgiu, menos importante, até!
“Falta de tempo é a desculpa dos que perdem tempo por falta de método”, é uma verdade inconteste, porque quando se quer, encontra-se tempo para tudo. Tempo para trabalhar, tempo para o lazer, tempo para os amigos, tempo para a solidariedade, tempo para amar!
Vivemos, hoje a época do desamor, com tanta violência, incompreensão, inveja, calúnia! Cada um pensando em si, esquecendo o maior dos Mandamentos da Lei de Deus, quando nos diz: Amai-vos uns aos outros ...
E eu que pretendia falar somente sobre o tempo, estou falando sobre o amor, porque me lembrei dos adolescentes que queimaram vivo um índio. Foi um fato que abalou o país, com repercussão internacional.
Falou-se em crime hediondo e realmente foi hediondo. Senti pena dos rapazes que estragaram a vida tão tolamente, mas mais pena senti do cidadão que sofreu tamanha agressão. Imagine-se a pessoa dormindo, calma e tranqüilamente e despertar em chamas, para gládio e prazer de alguns desocupados, ricos, poderosos ou não. Todo mundo concordou que mereciam a prisão.
Depois, o Jornal Nacional anunciou que os criminosos foram inocentados, alegando-se que não houve crime, hediondo ou não. Fora, apenas, um acidente e eu pensei na morte horrível que o homem sofreu. Pensei no sofrimento da mãe desse cidadão, na dor da sua esposa e dos seus filhos, na revolta da sua tribo.
Não me compete julgar ninguém, até porque está na Sagrada Escritura: Não julgues para não seres julgado. Mas, será que alguém concorda que comprar álcool, jogar em cima de um ser humano, acender um fósforo e sair do local como se nada tivesse feito, é um acidente? Que mundo é esse, meu Deus!
É a total ausência de amor, amor ao próximo, respeito por nós mesmos, falta de caráter, de dignidade! Valores essenciais que não se aprende na escola, que não se adquire num mundo conturbado como o nosso, mas que vem da família, do lar, do relacionamento entre pais e filhos. Está faltando amor, aquele amor que se entrega, que se sacrifica, que se doa pelo outro. Li algures uma estória que exemplifica bem essa relação entre o tempo e esse tipo de amor:
HISTÓRIA DE AMOR
Era uma vez uma ilha onde moravam todos os sentimentos e outros ...
O Amor , a Riqueza, a Vaidade, a Tristeza, a Alegria e ... outros.
Um dia avisaram aos moradores dessa ilha que ela ia ser inundada. Apavorado o Amor cuidou para que todos os Sentimentos se salvassem. Ele disse: Fujam, a ilha será inundada. Todos correram e pegaram o barquinho para irem até um morro bem alto. Só o Amor não se apressou, ocupado que estava em salvar os outros. Quando estava quase se afogando, correu para pedir ajuda. Vinha vindo a Riqueza e ele disse: Riqueza, me leva com você! Não posso, Amor, pois meu barco está cheio de prata e ouro e não cabe mais ninguém.
Passou a Vaidade e ele disse: Vaidade me leva com você! Ela respondeu: Não posso, Amor, pois você vai sujar o meu barco.
Daí passou a Tristeza e ele mais uma vez disse: Tristeza, me leva com você! - Ah! Amor, estou tão triste que preciso ir sozinha!
Passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o apelo. Já desesperado e achando que iria ficar só, o Amor começou a chorar. Passou, então, um barco com um velhinho e falou: sobe, Amor, eu levo você. O Amor ficou tão feliz que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Chegando no alto do morro, ele perguntou à Sabedoria: Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe até aqui? Respondeu a Sabedoria: O TEMPO.
Mas, por que só o Tempo me trouxe?
Porque só o Tempo é capaz de entender um grande AMOR.
MARISA ALVERGA
Obs. do livro na VARANDA DA VIDA
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