quinta-feira, 28 de julho de 2011

26 de julho - DIA DA VOVÓ

NETOS

Netos são como heranças. Você os ganha sem merecer.
Sem ter feito nada para isso.
De repente lhe caem do céu...
O neto é, realmente,
o sangue do seu sangue,
filho do filho,
mais filho que filho mesmo...
" Os netos são filhos com açúcar"

Cinquenta anos, cinquenta e cinco...
Você sente, obscuramente,
que o tempo passou
mais depressa do que esperava.
Não lhe incomoda envelhecer, é claro.

A velhice tem
suas alegrias,
as suas compensações.
Todos dizem isso,
embora você, pessoalmente,
ainda não as tenha descoberto,
mas acredita.

Todavia, também obscuramente,
sente que
às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Do tumulto da presença infantil ao seu redor.
Meu Deus, para onde foram as suas crianças?
Naqueles adultos cheios de problemas
que hoje são os filhos,
que tem sogro e sogra, cônjuge,
emprego, apartamento e prestações,
você não encontra de modo algum
as suas crianças perdidas.
São homens e mulheres adultos;
não são mais aqueles que você recorda.

E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto,
o doutor lhe coloca nos braços um bebê.
Completamente grátis,
nisso é que está a maravilha.
Sem dores, sem choros.
Aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida.
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho,
é um Filho seu que lhe é devolvido.

E o espantoso é que todos lhe reconhecem
o seu direito de o amar com extravagância.
Ao contrário, causaria espanto, decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho certeza de que a vida nos dá netos para nos compensar de todas as perdas trazidas pela velhice.

São amores novos,
profundos e felizes,
que vem ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
É quando vai embalar o menino e ele,
tonto de sono abre o olho e diz:
"Vó ", seu coração estala de felicidade,
como pão no forno!
 

(Rachel de Queiroz)


Definição de avó

Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros.
As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas.
Nunca dizem “Despacha-te!”.
Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.
As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes.
Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo.
Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possivel por ter uma Avó, sobretudo se não tiver televisão! ”
(Texto escrito por uma menina de 8 anos, publicado no Jornal do Cartaxo)

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