quinta-feira, 17 de junho de 2021

Vitrine

 

Vitrine homenageia hoje um guarabirense admirado e respeitado pela sua geração: ALFEU RABELO.

Formado em engenharia, foi poeta, jornalista, professor e dramaturgo. Fundou jornais e participou ativamente de todos os jornais editados em Guarabira.

“Mosaicos do Tempo”, “O Analfabeto”, “Casa Mal Assombrada”, “Quanto custa a felicidade”, “O Calvário” são algumas das peças escritas por esse guarabirense que, em 1926, pretendeu fundar uma Academia de Letras nesta cidade.

Ao lado de Alfeu Rabelo, publicamos ANDRÉ FILHO, um poeta que vem se destacando em Guarabira, detentor de diversos prêmios  em concursos de poesia, não só aqui, mas também em João Pessoa e Aracaju (SE). É Artista Plástico, Cronista, Contista, Dramaturgo, Videasta,  Ator,  e Jornalista (Jornal do Brejo).

Como Artista Plástico (paisagista) conquistou diversos prêmios e integrou  coletivas de Artes Plásticas.  Na qualidade de poeta participou de inúmeras Coletâneas de Poesia, como “Um Grito de Liberdade”, “Poemas para um Poeta”, entre outros.

André Filho é um poeta promissor que participa ativamente da vida cultural de Guarabira.

 

ONTEM ... 

          POESIA

                Alfeu Rabelo

 

Crepúsculo ... Tristezas ... E de tudo

Que a mocidade fez gozar somente,

Existe agora, pálida e silente,

Uma vaga lembrança por escudo.

 

E os idílios? E afagos de veludo?

E os noivados, E a dança? E o amor ardente?

Tudo acabou irresistivelmente

Pelo rolar cruel do tempo rudo.

 

Resta, somente, a luz radiosa e casta

Que ao velho sonhador, então, lhe basta,

Num como impulso de ressurreição.

 

Pois se o corpo envelhece e vai tombando,

Fica por cima, o espírito pairando,

Ao sopro da saudade e da ilusão.

 

           HOJE ...

 

                GUARABIRA

                                    André Filho

 

No berço das garças azuis terra da luz se fez

Lobo ou pássaro guará: Guiraobira?

A povoação se fez com altivez

Entre juás, palmatórias e macambiras.

Eis que surge majestosa entre os montes

A Rainha do Brejo – Guarabira!

 

São cento e doze anos de história para contar

Desta terra indígena, simpática e hospitaleira,

Terra de Osmar de Aquino, Pedro Teixeira,

Geraldo Alverga, Joza Nascimento e outros mais ...

 

Guarabira – a Capital dos OWNIS brasileira

Cidade cheia de encanto e de poesia,

Cidade que se orgulha de ser brejeira,

Que cresce rumo ao novo milênio cada dia. 

                      Guarabira, 19 de maio de 2000

Marisa Alverga


quarta-feira, 16 de junho de 2021

Curiosidades das Copas

 NONATO NUNES

. O mais jovem a disputar uma eliminatória de Copa do Mundo: SOULEYMANE MAMAM – Ele era togolês contava 13 anos e 310 dias. 

. O mais velho jogador a disputar uma eliminatória de Copa do Mundo: MACDONALD TAYLOR. Ele contava 46 anos e 180 dias. Ele nasceu em Trinidad  e Tobago.

. O recorde de maior goleada já construída numa partida oficial entre seleções ocorreu na cidade australiana de Coffs Harbour. Placar :Austrália 31 x 0 Samoa.

. O maior artilheiro de todas as Copas é do Brasil: RONALDO  LUIZ NAZÁRIO DE LIMA    -

RONALDINHO, O FENÔMENO. (15 goals.)

. O maior artilheiro em uma única edição: FONTAINE – treze goals numa única Copa do mundo.

. PARAIBANA DÁ O PRIMEIRO PASSO PARA UMA MULHER APITAR UMA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL DE CAMPO: RENATA LEITE e aconteceu na Tailândia, em 2012.

Vozes da alma

 

Ao Poeta MAGELA CANTALICE

(In Memorian)

Era uma vez um mundo triste, onde a fealdade e a descrença reinavam como absolutos  soberanos. Era uma terra estranha onde era sempre noite e não havia luar para embelezá-la. As águas eram escuras e a terra se revestia de um barro pantanoso, só produzindo ervas daninhas que proliferavam por toda parte,  deixando que os espinhos se multiplicassem, ferindo e machucando sem dó nem piedade. A palavra de ordem era a guerra e os homens falavam em morte, enalteciam o ódio, conviviam  com a tristeza, espalhando a dor e o sofrimento, encharcando de lágrima aquele estranho mundo.

Um dia, não se sabe como, nem de onde, uma fada surgiu em meio àquela triste devastação, arrebatando à descrença o seu cetro de Rainha e, com apenas um toque da sua varinha de condão, criou o dia e a aurora, fez surgir o sol e inventou o crepúsculo; trouxe a lua para embelezar os céus e, como se não bastasse, deu-lhe um séquito de estrelas! Fitou as águas e o mar se fez, com as suas ondas travessas e colossais! Das ervas daninhas e dos espinhos fez  brotar os crisântemos. Transformou a guerra em paz, revestiu o ódio com o manto estrelado do amor  e, das lágrimas tristes, fez nascer a saudade.

Extasiada, contemplou o novo mundo que fizera surgir, mas, descobriu entristecida, que os homens pareciam indiferentes a tanta beleza. Que fazer? Era preciso modificar-lhes o coração. Não, não. Pensando melhor, era necessário, apenas, ensiná-los a cantar, porque - pensava -, enquanto houver um homem que cante, o mundo cantará também! E criou o Poeta. E fez nascer MAGELA CANTALICE! Um poeta que, com raríssima sensibilidade artística, sentiu toda a beleza que faz o encanto da vida! MAGELA CANTALICE que, num átomo de segundo, descobriu que o céu é azul, que os pássaros gorjeiam, que a lua é argêntea e bela; que o mar canta, que a borboleta já não é libélula, que a beleza está em toda parte: no riso de uma criança, na voz trôpega de um ancião, nas mãos trêmulas de uma avozinha, na irreverência de um adolescente, no amor de uma mulher!

E MAGELA viveu para cantar e nos encantar. Escreveu poemas e canções, deixando-nos um legado de amor e paz., através de uma poesia eivada de líricas e ternas mensagens,  verdadeiras lições de vida, onde a tônica era a alegria, a paz, a fé e a esperança.

Cumprida sua missão no mundo, eis que MAGELA parte em busca de outras plagas, levando consigo o dom especial que recebeu da sua Fada Madrinha, mas deixando conosco a saudade por ele tão decantada e a certeza de que permanecerá vivo no coração dos seus amigos e admiradores . Merece respeito um homem que tendo galgado todos os degraus do sucesso, chegou-nos humildemente, para dizer-nos:

              “ Sou poeta, apenas poeta, e isso me basta

              À justificação da própria vida.

              Ser poeta, neste sec’lo, eis a mais vasta

              Aspiração por mim sempre nutrida.


              Existe muita gente iconoclasta

              Pra quem a alma do poeta ainda é tida

              Como uma aberração louca e nefasta

              Dessa estirpe de há muito incompreendida.

 

              Concordo. Todo poeta é aberração,

              Na medida em que tende à perfeição,

              Como cultor supremo da beleza.

 

              A poesia é a linguagem dos eleitos,

              E o poeta é para todos os efeitos,

              Porta-voz de Deus na Natureza!”


                          MARISA ALVERGA CABRAL      

                          Guarabira, 19 de junho de 1997

                                   PROGRAMA:

                                      de CLÁUDIO CUNHA

terça-feira, 15 de junho de 2021

As rosas de Nossa Senhora

 Num sábado, no ano de 1531, um indígena que, de seu lugarejo caminhava para a cidade do México, a fim de participar da catequese e da Santa Missa, quando estava na colina de Tepeyac perto da capital, Maria apareceu ao recém-convertido, Juan Diego (João Diogo), que já atualmente fora canonizado pela Igreja; e suplicou-lhe para que fosse até o Bispo, pedindo para que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. 

O Bispo local usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena, que somente na terceira aparição foi concedido. Foi quando Juan Diego estava indo buscar um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo.

Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."

O Bispo viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Uma linda confirmação deu-se quando João Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: "Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim.

 Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído. Disse o Papa Bento XIV: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós.


quarta-feira, 9 de junho de 2021

O suave milagre

Ora entre Enganin e Cesareia, num casebre desgarrado, sumido na prega de um cerro, vivia a esse tempo uma viúva, mais desgraçada mulher que todas as mulheres de Israel. O seu filhinho único, todo aleijado, passara do magro peito a que ele o criara para os farrapos da enxerga apodrecida, onde jazera, sete anos passados, mirrando e gemendo. Também a ela a doença a engelhara dentro dos trapos nunca mudados, mais escura e torcida que uma cepa arrancada. E, sobre ambos, espessamente a miséria cresceu como bolor sobre cacos perdidos num ermo. Até na lâmpada de barro vermelho secara há muito o azeite. Dentro da arca pintada não restava um grão ou côdea. No Estio, sem pasto, a cabra morrera. Depois, no quinteiro, secara a figueira. Tão longe do povoado, nunca esmola de pão ou mel entrava o portal. E só ervas apanhadas nas fendas das rochas, cozidas sem sal, nutriam aquelas criaturas de Deus na Terra Escolhida, onde até às aves maléficas sobrava o sustento!

Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada, e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse rabi que aparecera na Galileia, e de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte de Salomão. A mulher escutava, com os olhos famintos. E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava? O mendigo suspirou. Ah esse doce rabi! quantos o desejavam, que de desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia, como o sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia. Obed, tão rico, mandara os servos por toda a Galileia para que procurassem Jesus, o chamassem com promessas a Enganim; Sétimo, tão soberano, destacara os seus soldados até à costa do mar, para que buscassem Jesus, o conduzissem, por seu mando, a Cesareia. Errando, esmolando por tantas estradas, ele topara os servos de Obed, depois os legionários de Sétimo. E todos voltavam, como derrotados, com as sandálias rotas, sem ter descoberto em que mata ou cidade, em que toca ou palácio, se escondia Jesus.

A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pelo duro trilho, entre a urze e a rocha. A mãe retomou o seu canto, a mãe mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar duma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse esse rabi que amava as criancinhas, ainda as mais pobres, sarava os males, ainda os mais antigos. A mãe apertou a cabeça engelhada:

- Oh filho! e como queres que te deixe, e me meta aos caminhos, à procura do rabi da Galileia? Obed é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por areais e colinas, desde Chorazim até ao país de Moab. Sétimo é forte e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde Hébron até ao mar! Como queres que te deixe? Jesus anda por muito longe e nossa dor mora connosco, dentro destas paredes e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?

A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou:

- Oh mãe! Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar! E a mãe, em soluços:

- Oh meu filho como te posso deixar! Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.

De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:

-Mãe, eu queria ver Jesus...

E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo, Jesus disse à criança:

- Aqui estou.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

ATITUDE LEONINA


Era uma vez um burro…

Esse burro era forte e bom – porém detestado…
Somente o boi e o cavalo rivalizavam com ele em força muscular…
Mas nem um nem outro aguentavam as longas viagens que o burro aguentava…
Por isso, o homem lhe queria mais bem que a todos os outros…
E isso aborrecia os habitantes das selvas e dos campos…
Nenhum, todavia, ousava fazer-lhe mal – porque o asno era forte e temido.
Mas eis que vem um dia fatal!
Vítima de funesto acidente, tomba o solípede de alto barranco – semimorto…
Corre veloz pela zona a sensacional notícia…
Aliviada de mortal pesadelo respira a fauna em derredor…
E todos à porfia afluem para ver o burro moribundo…
Descarregou-lhe o cavalo um coice no peito…
Deu-lhe o boi violenta chifrada entre as costelas…
Ferrou-lhe o cão numa perna os dentes pontigaudos…
Arranhou-lhe o gato o focinho com as garras aduncas…
Saiu da toca até um ratinho que nunca vira o asno, e, para ser digno dos grandes, fincou-lhe os dentinhos na ponta da orelha…
E assim todos os demais…
Assomou, por fim, o leão, olhou para o burro agonizante – e passou ao largo.
"Como, majestade?" – esclamaram os outros – Não te vingas desse perverso? Do inimigo comum? Arranca-lhe os olhos!
Respondeu o leão: "Reputo abaixo da minha dignidade vingar-me dum inimigo que já não me pode fazer mal."
E passou adiante, firme, grave, sereno…
Sem olhar para trás…
Amigo que a fauna humana habitas – não te iludas!
Muitos te respeitam porque muitos te temem – enquanto és forte…
Enquanto as auras da sorte bafejam tua vida…
Enquanto poderosos te amparam e defendem…
Muitos ocultam seu despeito, sua inveja – porque lhes falta coragem…
No dia, porém, em que te julguem liquidado – exultarão de prazer…
Bois e cavalos, caninos e felinos – nada faltará em torno de tua desgraça…
Chifradas e coices, dentadas e unhadas – tudo choverá sobre ti, quando inerme.
Até a mais vil alimária humana temostrará seu despeito, sua inveja… E o leão?
Nào sei se alma leonina encontrarás…
Espírito nobre que não exiba sua força em face de tua fraqueza…
Mais raros são nos desertos humanos os homens do que no Saara africano os leões…
Feliz de ti, meu amigo, se encontrares alma leonina – que ao menos silencie o que remediar não possa!…
E passe adiante – sem vindicta… esse leão!…


AUTORIA DESCONHECIDA
OBS. Você encontra essa mensagem no meu livro 
MENSAGENS SEM FRONTEIRAS

sábado, 30 de março de 2019

MEUS FILHOS GERALDINHO E JOAOZINHO




Guarabira, 25 de março de 2019
Meu filho, GERALDINHO

        Há 36 anos e sete meses você habita outras plagas; deixou o mundo dos homens pelo mundo de Deus. Certamente é feliz na sua eternidade e não há o que discutir. Não se faz uma troca dessas à-toa. Sabemos que é preciso um chamado especial, sem o qual não se entra nos Jardins do Éden. E você desde o nascimento foi sempre especial.
        Há quem diga que 36 anos e sete meses é muito tempo para se cultuar uma saudade. Conheci uma mãe cuja filha faleceu há mais ou menos um ano. Chegou na minha casa e me encontrou chorando e, irreverente, foi logo dizendo:  essas lágrimas não são por Geraldinho, depois de tantos anos? E eu respondi: e por quem haveria de ser? E ela: pois minha filha faleceu, como você sabe, há pouco mais de um ano e só me lembro dela quando alguém fala. E eu respondi: Pois, é, há mãe e mãe.
        Mas, meu filho, o que venho lhe dizer é que o tempo não foi suficiente para apaziguar a minha dor. É o lugar na mesa; o lugar no meu carro e até bem pouco tempo o seu quarto continuava sendo seu, com os quadros que você deixou, os 400 livros da sua biblioteca, devidamente catalogados por você. Agora derrubei minha casa para abrir uma avenida – estou fazendo um loteamento – e os seus pertences estão guardados em outro lugar, só a saudade permanece no mesmo canto, o meu coração.
        Com a força da imaginação vejo você todos os dias, e acompanho os seus diálogos com Augusto dos Anjos, Álvares de Azevedo – tão jovem quanto você -, Olavo Bilac, Castro Alves, Ronaldo Cunha Lima e Osmar de Aquino, para só citar alguns.
                E é com essa mesma força que antevejo a efervescência cultural que surgiu no céu desde que você aí chegou.
            O que fará primeiro?  Uma  Semana Cultural ? A primeira feira de livros celestial? O primeiro Festival Literário do mundo de Deus? Ou a primeira Coletânea de poesias do Céu? Ah, sim, o primeiro Concurso de Poesia em homenagem ao Divino Pai Eterno, seria o mais certo.
            Depois você resolve. Há de haver tempo.
            Beijos, meu filho, com o meu amor e a minha SAUDADE.
                                                                                               Sua Mamãe Marisa





Guarabira, 27 de março de 2019

Meu filho JOÃOZINHO,

        Foi da minha barriga que você nasceu, foi do meu coração.
        Até bem pouco tempo eu dizia que se alguém colocasse o Menino Jesus de Praga na minha porta, eu colocaria na venda de Vila.
Na época eu estava muito revoltada, porque o meu outro filho tinha me trocado0 pelo mundo de Deus. Era assim que eu pensava, mas Ele é tão misericordioso que não obstante a minha revolta, resolveu me dá você. Ele viu meu coração ferido, dolorido, sofrido e foi lá, bem no centro do meu coração tirou você e colocou no meu colo. Apaixonei-me por você. Foi amor à primeira vista, não tenha dúvida. Aliás, nunca duvide do meu amor por você. Sejam quais forem as circunstâncias, meu amor vem em primeiro lugar.
        Estou ansiosa para vê-lo com a farda da Polícia Militar. O Outro, o que está no céu, é o meu poeta preferido. Você é o meu Policial preferido. Deus sabe que não faço diferença entre os dois. Você vai continuar bem pertinho de mim. Recife não é tão longe assim. São só pouco mais de 200Km e há entre nós dois um Deus Misericordioso que nos ama.
        São 23 anos de amor, meu filho. Saber que você me ama é o que me importa.
        Geraldinho nasceu num 25 de março e você num 27 do mesmo mês.  Por pouco os dois não nasceram no mesmo dia, embora em anos diferentes      
        Peço a Deus todos os dias que você seja muito feliz na profissão que escolheu. Só lhe peço, meu filho, que cumpra o seu dever com responsabilidade; honre a farda que veste mas, em nome de Deus, não queira ser herói.
                Feliz aniversário. Parabéns, meu filho.
                                                       Sua Mãe Marisa






       



terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

VERSOS À VIRGEM DA LUZ




Mãe Santa! Mareia mãe de Deus!
A minha prece escuta com louvor
Que os meus rogos se juntem aos teus
Que a Jesus eu ame com louvor!

Maria! Que o beijo que te trago agora
Do mais profundo do meu sentimento
Sejam flores orvalhadas pela aurora
Ornamentando de céu o firmamento!

Do jardim da vida, à Virgem querida
 Ofereço um ramalhete em forma de coração
Lírios, crisântemos e uma margarida
A minha reza e a minha oração.

Maria! Maria, cheia de graça e louvor
Que tem no seu ventre virgem repleto de amor
O filho de  Deus concebeu
Maior honraria ninguém recebeu!

“Eu vi minha mãe rezando
Aos pés da Virgem Maria
Era uma santa escutando
O que a outra santa dizia!
Maria é ternura
Amor, deslumbramento
É carinho, é ventura
Sublimação, contentamento.

Maria é reza, fé e oração
Maria é a lição maior que Deus deixou
Maria é esse tudo de devoção
Maria é toda amor.

Um poeta certo dia
Recitou numa canção:
Maria, contigo enganou-se a anatomia
Es toda um coração.

Maria, Mãe de Deus, é ternura
É amor, sublimação
É carinho, é ventura é oração.
Maria é amor; é perdão;

                        Marisa Alvega
                                               Gba, 26,01.19








PARA VIVER MARIA

Para viver Maria
De pouca coisa precisa
Precisa da luz do sol
Da lua argêntea
Das estrelas, o seu brilho
No firmamento azul dos céus.
Da brisa o seu frescor!
Precisa...
Das ondas verdes do mar
Dos pássaros o seu gorjeio
Da canção das fontes
Da balada das águas
Das florestas e das matas
O verde, sempre verde da esperança.
Da beleza da rosa
Do amor que une os homens
Da criação de Deus!
Do amor que une os homens
Aproximando-os de Deus!

Marisa Alverga
Gba, 26.01.19


MINHA PRECE


        Maria criança, adolescente, Maria menina, filha de Deus e por Ele escolhida para mãe de Seu Filho santo!
        Maria Mater Dolorosa, que recebeu dos braços de uma cruz, aquele que seria o Redentor do mundo, um filho amado.
        Maria que tudo aceitou, sem revolta, com resignação, com amor.
        A ti eu peço, Mãe e Rainha, Aparecida, Padroeira do Brasil, não esqueça o seu povo, a sua gente. Iluminai os nossos governantes para que pensem mais no povo do que em si mesmos. Livra-nos do espectro da fome, do monstro do desemprego; livra-nos do desespero que leva à violência, cada vez mais violenta, que não respeita o 4º, nem o 5º, nem nenhum dos Mandamentos.
        Salvai Guarabira, pois o Brasil começa aqui, na soleira da minha porta e certo ou errado, é a minha Pátria.





Marisa Alverga
Gba, 26.01.19






Sonhos



Certamente no céu há um estádio de Futebol melhor que o Maracanã, não fora assim não estariam lá tantos ídolos, como Heleno de Freitas, Carlos Alberto Torres, Garrincha, Nilton Santos, Djalma Santos, Didi, o Capitão Beline, Domingos da Guia, Leônidas da Silva –O diamante Negro-. Para só citar alguns. E é Nele, nesse Estádio, quer denominamos paraíso, que estes ídolos estão perfilados, cantando o Hino da Eternidade, para receber quase todo um time de futebol, formado por adolescentes, contratados para jogar no time de Deus.
Claro que eles não esperavam ser convocados tão cedo. Sonhos se interromperam e não diremos que se transformaram em pesadelo por que jogar com essa plêiade que apresentamos acima, convenhamos, é um privilégio.
A princípio tem muito o que aprender, mas com o tempo se igualarão aos mestres podendo superá-los.
Alguns de nós, com certeza, terão oportunidade de vê-los jogar.
No céu há também torcedores de diversos times como Flamengo, Botafogo, São Paulo, Fluminense transformados agora em torcedores do Deus Futebol Clube.                 
Deus gosta tanto de futebol que levou Charles Miller para organizar das Peladas aos campeonatos, ás Copas.
Nada disso, porém, é consolo para as mães que aqui ficaram e sei disso por experiência própria e por isso estou de luto, não apenas pelo FLAMENGO, do qual sou torcedora doente, incurável, sem esperança de salvação, haja o que houver; estou de luto pelo sonho interrompido desses dez jovens que aspiravam voos mais altos e que o destino, ou seja lá que nome tenha, interrompeu e eles nada puderam fazer; estou de luto pelos sonhos das mães que abdicaram do prazer de conviver com seus filhos para sonharem os sonhos deles; estou de luto pelos sonhos desses adolescentes que volatizaram numa madrugada sombria e sem sonhos; estou de luto pelo flamengo, que sonhava o sonho desses jovens.
Adeus, jovens atletas que tão cedo retornaram a casa do pai. Ele, certamente, tem melhores planos para vocês.
GBA, 09.02.19
Marisa Alverga