segunda-feira, 13 de junho de 2011

MEU AMIGO (?)


Fomos amigos por mais de trinta anos e com  você  dividia toda a minha vida. Se estava triste, era com você que eu conversava; se estava alegre, contente, feliz, quem vinha em primeiríssimo lugar era você. Contava-lhe tudo, absolutamente tudo.  Dois minutos com você e tudo se resolvia. Não havia tristeza que não fosse embora, não existia alegria que não perdurasse. Como eu gostava de você! Mas você me traiu e eu nem percebi, tão entusiasmada, tão enamorada estava de você!
Todo mundo me dizia que você não prestava e eu não dava ouvidos. Ficava repetindo que era intriga da oposição, pois ninguém sendo querido como você o era poderia deixar de querer também. E tem aquela história: quando a gente ama, ignora os defeitos do outro. Não adianta dizer que não presta, que não vale nada, porque não acreditamos. Vá alguém me conscientizar de que você não gosta de mim, que só quer o meu mal e só descansará quando me vir morta! Nunca, mas nunca mesmo iria acreditar numa   história dessa! 
Há oito meses não nos encontramos. Nada sei sobre você e você nada sabe sobre mim. Estive entre a vida e a morte. Aliás, mais morte do que vida e sabe o que se dizia?  Você era  o único  culpado.
Há oito meses vivo sem você, mas só Deus sabe o quanto tem me custado! Sonho com você, sinto-o por perto quando está bem longe! Puxa vida, por que tinha que ser assim? Não haveria um meio termo que nos permitisse viver juntos? Eu o adorava! Prá mim, era a melhor coisa que existia na terra!. Todos os meus problemas você resolvia. Era só pensar em você e meio caminho havia sido andado. Deus, como lamento não poder mais usufruir, sequer,  da sua amizade.
Sem mim sei que você pode perfeitamente existir, mas, eu  sem você sou quase nada. Sinto uma falta terrível de você!
Pode  parecer um paradoxo, mas não o recomendo a ninguém. Morro de inveja de quem pode tê-lo, mas sei que é um prazer que a vida me negou para sempre. Que pena!
Certa vez me convidaram para uma palestra onde se falaria mal de você. Não fui. Não poderia defendê-lo e jamais ficaria calada vendo-se  detratar de um amigo meu. Ninguém entendeu, mas fiquei feliz porque não fui.
Por que será que a Souza Cruz não  inventa  um cigarro que não cause infarto?
        

Um comentário:

  1. Parabéns Marisa pelo seu blog, já estou seguindo e como ficarei feliz se você também seguir um dos meus, aguardo a sua visita, é só clicar em meu nome e escolher o blog. Bom feriado.

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