terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DETINHA DIOGO



O aniversário dos  80 anos do Colégio da Luz e da educadora DETINHA DIOGO recebeu a homenagem da ECT com a emissão de selos comemorativos e tive a grata surpresa de representar as ex-alunas do Colégio, onde exerci também a função de professora e fui agraciada com um lindo troféu, numa festa simples, porém lindíssima e na ocasião eu dizia:
Convidada pela Direção do Colégio da Luz, para as homenagens à Educadora DETINHA DIOGO, Filatelista que sou, logo me chamou a atenção o lançamento pela ECT de selos comemorativos, onde se divisa a efígie da Professora Detinha e a fachada do Colégio Nossa Senhora da Luz, ambos comemorando 80 anos de existência.
Falar em Detinha é falar no CENSL, ambos se confundem envoltos por um manto de amor, compreensão, afeto. Depois, é repetir o que toda Guarabira sabe. Há, no entanto, um fato novo: Se Guarabira reconhece os serviços por ela prestados, o amor que dedicou a tudo o que fez  por esta terra, a ECT acaba de imortalizá-la, envolta na Bandeira e ao lado do YPÊ, ambos simbolizando  o Brasil – porque certo ou errado era o seu país. E ao editar um selo, a ECT tornou-a cidadã dos cinco Continentes. Sim, porque a ECT está dizendo ao mundo que essa guarabirense  iguala-se, hoje, ao Imperador  D. Pedro II, a  Afonso Pena, o primeiro Presidente da República a figurar num selo postal, a  Rodrigues de Carvalho, Castro Alves, Gonçalves Dias, às Copas do Mundo, porque Detinha acaba de cruzar o Oceano e há de surgir Filatelistas do mundo inteiro procurando se informar sobre a Professora em epígrafe para enriquecimento de suas coleções. Sim, porque ser Filatelista não é  guardar selos, é contar a história universal a partir dele. É relembrar todas as Copas do Mundo, sabendo quem foi Campeão, o melhor artilheiro, Goleiro menos vazado; é conhecer a história de Garrincha, Pelé, Evaristo, Heleno de Freitas; é saber quem foi o país que parou uma guerra para ver Pelé jogar e é por isso que se diz que O SELO É A JANELA DO MUNDO.
Parabéns aos filhos de Detinha, ao seu esposo, aos seus familiares, por esta comemoração. Parabéns pelo memorial que conta a história não só da Professora, da Educadora, mas enfatiza o seu trabalho no Colégio da Luz e deixem-me regozijar-me por ter um dia sido aluna deste Educandário, onde fui Bibliotecário, responsável pelo Jornal O Vagalume, além de Professora de que muito me orgulho, e permitam-me repetir O MEU A/DEUS a Detinha, quando lhe disse:
A/DEUS, Detinha

        Você partiu, assim, inesperadamente. Sem até logo, sem despedida ou adeus.
        Pegou uma cidade inteira de surpresa. Ninguém esperava por isso, até porque não era do seu feitio alardear  suas atitudes, causando impacto com o seus feitos.
        Você se foi silenciosamente, sem alarde, assim como viveu.  Os seus atos não eram anunciados com uma trombeta, mas, diríamos, como um violino, suavemente.
        Não consegui esquecê-la nem por um momento, imagino, portanto, como tem sido difícil para os seus filhos, seu esposo, sua  família, enfim.
        Costumo dizer que ninguém morre de uma vez. A gente vai morrendo aos pouquinhos na morte dos  que amamos. Cada um que vai leva um pedacinho da gente e a vida nunca mais será a mesma.
        Não pretendo aqui falar dos seus méritos como professora, educadora. Guarabira inteira conhece os seus feitos, inclusive quando assumiu a Secretaria de Educação do município recebeu uma Medalha de Ouro outorgada pelo MEC por um projeto denominado LER, ESCREVER E CONTAR. Quero, apenas, despedir-me de você, dando-lhe o meu adeus,  recordando tanta coisa que fizemos juntas.
        Uma vez  fomos – você e eu - a uma cidade vizinha contratar um palhaço para uma apresentação no Colégio e voltamos com o circo inteiro, o que causou estranheza no corpo docente do Educandário e a nossa resposta foi suscita: o mundo pertence aos ousados. Os que pensam muito acabam não fazendo nada.
        Deus é mistério e mistério não é para ser entendido e sim para ser aceito. Há muito deixei de interrogá-Lo com os meus “porquês”. Por exemplo, havia mesmo necessidade de você ir agora? Que falta você estava fazendo no Céu? Deus, por certo,  tem outros planos, uma vez que na Terra a sua missão foi concluída.
                A/DEUS, Detinha, que o seu reencontro com Ele seja eivado daquele amor que você distribuiu pelo mundo. Ele, certamente, vai se lembrar  quando você deu de comer a quem tinha fome, visitou um doente no Hospital, ou no cárcere quando levou lenitivo a um detento ou ainda quando cobriu a nudez dos desvalidos da sorte que só dispunham de jornal para aquecê-lo nas noites frias e sem luar.
        Ele não vai esquecer do ancião  que encontrou a sua mão substituindo a do filho que não se lembrou de que se não fosse ele, o outro nem vida teria.
        Ele, onisciente e onipresente, estava na porta do Paraíso para recebê-la e abraçá-la com um ramalhete de violetas  com as folhas em forma de coração.
        Aí, onde você hoje está nada mais poderá feri-la, a calúnia e a inveja não mais a alcançarão. Afinal, você  hoje, como filha predileta, é hóspede de Deus.
        Seja feliz, Detinha. A serenidade  foi  sempre a sua marca registrada e foi serena que você partiu ao encontro  Dele.
        A nós, que aqui ficamos, resta a SAUDADE, sem perfume e sem beleza, mas nem por isso deixa de ser saudade. Depois, “ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém”.
        A/DEUS Detinha. Até um dia. Quando? Sabe Deus.

                                                                                      Marisa Alverga
        Guarabira,11 de novembro de 2016

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