O
aniversário dos 80 anos do Colégio da
Luz e da educadora DETINHA DIOGO recebeu a homenagem da ECT com a emissão de
selos comemorativos e tive a grata surpresa de representar as ex-alunas do Colégio,
onde exerci também a função de professora e fui agraciada com um lindo troféu,
numa festa simples, porém lindíssima e na ocasião eu dizia:
Convidada pela
Direção do Colégio da Luz, para as homenagens à Educadora DETINHA DIOGO,
Filatelista que sou, logo me chamou a atenção o lançamento pela ECT de selos
comemorativos, onde se divisa a efígie da Professora Detinha e a fachada do
Colégio Nossa Senhora da Luz, ambos comemorando 80 anos de existência.
Falar
em Detinha é falar no CENSL, ambos se confundem envoltos por um manto de amor,
compreensão, afeto. Depois, é repetir o que toda Guarabira sabe. Há, no entanto,
um fato novo: Se Guarabira reconhece os serviços por ela prestados, o amor que
dedicou a tudo o que fez por esta terra,
a ECT acaba de imortalizá-la, envolta na Bandeira e ao lado do YPÊ, ambos
simbolizando o Brasil – porque certo ou
errado era o seu país. E ao editar um selo, a ECT tornou-a cidadã dos cinco
Continentes. Sim, porque a ECT está dizendo ao mundo que essa guarabirense iguala-se, hoje, ao Imperador D. Pedro II, a Afonso Pena, o primeiro Presidente da
República a figurar num selo postal, a
Rodrigues de Carvalho, Castro Alves, Gonçalves Dias, às Copas do Mundo,
porque Detinha acaba de cruzar o Oceano e há de surgir Filatelistas do mundo
inteiro procurando se informar sobre a Professora em epígrafe para
enriquecimento de suas coleções. Sim, porque ser Filatelista não é guardar selos, é contar a história universal
a partir dele. É relembrar todas as Copas do Mundo, sabendo quem foi Campeão, o
melhor artilheiro, Goleiro menos vazado; é conhecer a história de Garrincha,
Pelé, Evaristo, Heleno de Freitas; é saber quem foi o país que parou uma guerra
para ver Pelé jogar e é por isso que se diz que O SELO É A JANELA DO MUNDO.
Parabéns
aos filhos de Detinha, ao seu esposo, aos seus familiares, por esta
comemoração. Parabéns pelo memorial que conta a história não só da Professora,
da Educadora, mas enfatiza o seu trabalho no Colégio da Luz e deixem-me
regozijar-me por ter um dia sido aluna deste Educandário, onde fui
Bibliotecário, responsável pelo Jornal O Vagalume, além de Professora de que
muito me orgulho, e permitam-me repetir O MEU A/DEUS a Detinha, quando lhe
disse:
A/DEUS, Detinha
Você partiu, assim, inesperadamente. Sem
até logo, sem despedida ou adeus.
Pegou uma cidade inteira de surpresa.
Ninguém esperava por isso, até porque não era do seu feitio alardear suas atitudes, causando impacto com o seus
feitos.
Você se foi silenciosamente, sem alarde,
assim como viveu. Os seus atos não eram
anunciados com uma trombeta, mas, diríamos, como um violino, suavemente.
Não consegui esquecê-la nem por um
momento, imagino, portanto, como tem sido difícil para os seus filhos, seu
esposo, sua família, enfim.
Costumo dizer que ninguém morre de uma
vez. A gente vai morrendo aos pouquinhos na morte dos que amamos. Cada um que vai leva um pedacinho
da gente e a vida nunca mais será a mesma.
Não pretendo aqui falar dos seus méritos
como professora, educadora. Guarabira inteira conhece os seus feitos, inclusive
quando assumiu a Secretaria de Educação do município recebeu uma Medalha de
Ouro outorgada pelo MEC por um projeto denominado LER, ESCREVER E CONTAR.
Quero, apenas, despedir-me de você, dando-lhe o meu adeus, recordando tanta coisa que fizemos juntas.
Uma vez
fomos – você e eu - a uma cidade vizinha contratar um palhaço para uma
apresentação no Colégio e voltamos com o circo inteiro, o que causou estranheza
no corpo docente do Educandário e a nossa resposta foi suscita: o mundo
pertence aos ousados. Os que pensam muito acabam não fazendo nada.
Deus é mistério e mistério não é para
ser entendido e sim para ser aceito. Há muito deixei de interrogá-Lo com os
meus “porquês”. Por exemplo, havia mesmo necessidade de você ir agora? Que
falta você estava fazendo no Céu? Deus, por certo, tem outros planos, uma vez que na Terra a sua
missão foi concluída.
A/DEUS, Detinha, que o seu
reencontro com Ele seja eivado daquele amor que você distribuiu pelo mundo.
Ele, certamente, vai se lembrar quando você
deu de comer a quem tinha fome, visitou um doente no Hospital, ou no cárcere
quando levou lenitivo a um detento ou ainda quando cobriu a nudez dos
desvalidos da sorte que só dispunham de jornal para aquecê-lo nas noites frias
e sem luar.
Ele não vai esquecer do ancião que encontrou a sua mão substituindo a do
filho que não se lembrou de que se não fosse ele, o outro nem vida teria.
Ele, onisciente e onipresente, estava na
porta do Paraíso para recebê-la e abraçá-la com um ramalhete de violetas com as folhas em forma de coração.
Aí, onde você hoje está nada mais poderá
feri-la, a calúnia e a inveja não mais a alcançarão. Afinal, você hoje, como filha predileta, é hóspede de
Deus.
Seja feliz, Detinha. A serenidade foi
sempre a sua marca registrada e foi serena que você partiu ao encontro Dele.
A nós, que aqui ficamos, resta a
SAUDADE, sem perfume e sem beleza, mas nem por isso deixa de ser saudade.
Depois, “ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém”.
A/DEUS Detinha. Até um dia. Quando? Sabe
Deus.
Marisa Alverga
Guarabira,11 de novembro de 2016
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