quinta-feira, 1 de agosto de 2013

LANÇAMENTO DO LIVRO ENCONTROS E DESENCONTROS



Recebi o convite que me fez o Presidente desta Casa, o Vereador Lucas Porpino, com indizível alegria, até porque além d0 convite  partir de um amigo, aqui não deixa de ser  a  Praça do Povo, tão decantada por Castro Alves. Depois, estamos no Plenário Geraldo de Albuquerque Cabral, o companheiro, o amigo, com quem partilhei boa parte da minha vida, ora eternizado na Casa Osório de Aquino, pai de Osmar de Aquino, o homem que foi o ídolo da minha  juventude e que até hoje faz parte da minha vida, padrinho que é, da minha filha.

Feliz porque me sinto parte da plêiade de seres que do Olimpo me bafejam e me convidam a com eles conviver, e lá, em meio às musas do Parnaso, deparo-me com  Jansen Filho, no exato momento em que dizia no seu Testamento de Poeta: ” Mamãe querida, não deixe nunca de rezar por mim!”; aí está também o meu poeta do século – Augusto dos Anjos – declamando para outros poetas A Árvore da Serra: ”  ... não mate a árvore, pai, para que eu viva!”. São tantos que hoje cantam a glória de Deus! J. G. de Araújo Jorge, Cassimiro de Abreu, Olavo Bilac e não precisamos ir muito longe, porque daqui encontramos Zezinho Barbosa, o nosso Zezinho Chinês, Chica Calado e   Raimundo Camelo  e, não poderia deixar de citar Geraldinho, com a sua lição de vida: “Só os covardes não erram, porque nunca decidem”!
Senhores, são tantos os agradecimentos que nem sei por onde começar, mas vou iniciar por Geraldo Camilo, pela apresentação do meu ENCONTROS E DESENCONTROS, o que ele fez com maestria, exagerando até nos valores que me atribui, e segundo,  pela homenagem que prestou a Ronaldo, simples assim, porque não homenageou o Prefeito, o Governador, o Deputado ou o Senador; não homenageou o Paraibano ou o guarabirense, mas o homem simples, carismático, o homem do povo que não fazia diferença entre o Palácio do Governo e a Banca de Jornal. Ronaldo era poeta e poeta não tem nacionalidade e o seu poder maior  é a sua rima, a mensagem que flui naturalmente  e que embevece,
que encanta,  que ilumina, que enobrece, que embeleza os pobres mortais como eu: “Era segunda, imaginei domingo/ Chovia muito e eu imaginava sol/ As pessoas se comprimiam e eu não via nada/ Havia multidão e eu me sentia só./ Era o poeta cantando  os seus Encontros e Desencontros!
Um agradecimento aos que, sem conhecerem o livro, sem idéia nenhuma do seu conteúdo, acreditaram e compraram-no,  o que me permitiu editá-lo. Numa entrevista me perguntaram sobre apoios recebidos e respondi que de nada podia reclamar, pois não procurei nem os Poderes Públicos, nem   os particulares, apenas alguns amigos.
No Prólogo, eu conto que uma amiga, Senadora dos Estados Unidos, me disse numa conferência que pronunciou em João Pessoa, que quem não é lido em inglês, não é lido. Levei a sério e nasceu o meu livro em duas  línguas, eu que mal sei uma delas! E aqui o meu agradecimento a Ivanise Borba, a minha prima e afilhada que se prontificou a fazer a versão dos meus poemas para a língua do Tio Sam e o fez com competência e carinho.
Não poderia esquecer  Paulo Gracino, o artista que idealizou  a Capa do meu livro. Eu lhe dei o título, somente; ele fez o resto e retratou com simplicidade e beleza, os meus ENCONTROS E DESENCONTROS.
Por que o titulo? Porque a vida é isso: constantes acertos e desacertos, seja no amor, como no ódio, na alegria e na tristeza, na paz ou na guerra.
Para que haja traição é preciso que antes tenha havido amizade, porque não se trai inimigo! Se trai amigo! Mas para falar da essência deste livro, ouçamos SEBASTIÃO ALVES DE QUEIROZ, sogro do Vereador Lucas Porpino, que sem me conhecer, retratou a minha alma:

“Prezada poetisa:

Comovi-me com tuas poesias
Em que falas de amor e de amizades,
De esperanças, desejos e utopias,
De belos sonhos e amorosidades;

De teus momentos de felicidade,
Dos triunfos, com lutas, conquistados,
Das convivências em fraternidade,
E de eventos com gáudio celebrados.

Na obra recordas anseios, ilusões,
E os ideais na vida acalentados,
Gratas lembranças e recordações
Que na memória se mantêm gravados.

Falas dos filhos, frutos da Roseira,
Que, em ti, é verdejante e perfumada,
Como mãe dedicada e alcoviteira,
Carinhosa, amorosa e apaixonada.

A teu Geraldo, “amigo e confidente”,
Que Deus, em seus desígnios, já chamou,
Tu prestas homenagem comovente
Como dileto esposo a quem amou.

Teu Geraldinho, bardo que partiu,
Precocemente para a eternidade,
(E cuja morte, tanto te feriu),
A Deus o entregas, com serenidade.


Longo poema a teu pai ofertas,
No forma de uma súplice oração,
Com frinchas de tua alma bem abertas,
Ostentado os desvãos do coração.

Falas de certezas e incertezas.
De teus vazios e saciedades,
Da vida, em seus agravos de asperezas,
De teus segredos e intimidades.

De acenos de adeus, de despedias,
Dos suplícios impostos pela vida,
Das frustrações e ingratidões sofridas,
Como golpes em alma já ferida.

Murmuras as carências de ternuras,
Deploras traições e falsidades,
E as vis críticas e injustas censuras.
Nas suas malquerenças e maldades.

Poetisas desmentidas ilusões,
Tristezas e penosas amarguras,
Os sofrimentos e decepções,
E os desencantos e amargas torturas.

Cuidas do tempo que não se detém
E flui ao tic-tac dos relógios,
Ceifando vidas quando lhe convém,
                Alheio aos póstumos necrológios.

Em Deus buscas conforto e fortaleza
Pra suportar a perda do Geraldo,
E, em tua fé, cultivas a certeza,
De um reencontro com teu filho amado.

Vendavais impactaram tua vida
Na violência de seus cataclismos,
Com dolorosas emoções sofridas,
Suportadas à custa de  estoicismos,

Teus poemas exalam sentimentos
De uma alma sensível e refinada,
Que poetiza, com encantamentos,
Esta grande obra a nós presenteada.



Releves, do modesto comentário,
As omissões na certa cometidas,
Resenhar o teu livro é temerário,
                Nas apreciações bem atrevidas

(*) Sebastião Aires de Queiroz
Membro da Academia Paraibana de Poesia – Cad.30
Em 16.07.2013

        Por fim, senhores, um abraço a todos que aqui estão e aos que o fazem em pensamento, como Gelúcio, que de lá dos Estados Unidos me manda passagens para que o meu livro seja lançado  no país de Obama; a Ivan Souza que de São Paulo me ajuda a ir aos States. Aos que vieram de João Pessoa, como Severino Bezerra e o escritor Adauto Ramos; de Marí como Assis Firmino; de Sapé como João Victor; de Bananeiras, como Padre Mauro, companheiro de luta; Éliton aqui representando meus companheiros de Bananeiras.  Os que aqui residem e que não poderei nomeá-los, porque são tantos e poderia pecar por omissão. As autoridades que se afastaram dos seus afazeres para  participarem dos meus Encontros e Desencontros;  Aos meus companheiros do Rotary, Interact e do Rotaract; às minhas companheiras do Clube de Mães Piedade Medeiros, aos meus amigos da Loja Maçônica Tiradentes, aos Demolays, mais que sobrinhos, quase filhos; meus companheiros do IAPM e da UNOPAR;  aos meus  filhos, minha inspiração maior: Márcia e Joãozinho, Maisinha, Mairla e Sofia, Pedrinho e Dinho, Zé e Betinho, os filhos biológicos e os do coração.
        Não poderia deixar de agradecer aos que teceram comentários sobre esta obra: Dr. Antonio Cavalcante – Juiz e Professor, Jvanise Borba artista plástica e professsora,  André Filho -  Secretário de Cultura -, Neide Polari, escritora e a professora Janaína Toscano, que com seus comentários enriqueceram o meu livro.
        Há muito venho tentando realizar o sonho de Alfeu Rabelo, que em 1925, sonhava fundar em Guarabira, uma Academia de Letras e  esse sonho agora deixa de ser sonho, pois com o apoio do Prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano tornar-se-á uma realidade. Tenho  Estatutos prontos, Patronos e alguns acadêmicos convidados. Vamos, sim, concretizar este sonho.
        Resta-me agora agradecer a Deus por tudo quanto me tem dado. Nem mereço tanto, mas Ele sabe e mesmo assim me cobre de bênçãos.
        Quando preparava este pronunciamento, Joãozinho disse: Mãe, não esqueça o seu bordão. Que bordão? -  Vou falar de pé para ser vista, alto para ser ouvida e pouco para ser aplaudida. Desculpe, meu filho, não pude usá-lo, pois me alonguei mais do que pretendia e encerro dizendo:
        Sinto saudades...
... do sorriso que não distribuí
... do beijo que não recebi
... da lágrima que não chorei
... do abraço que não senti
... da mão que não apertei
... da palavra que não pronunciei
... do adeus que não acenei
... do amor que não foi meu
... da flor que não se abriu
... da vida que não vivi!


                Obrigada.

                                                  Guarabira, 16.07.13

                                                           Marisa Alverga





ENCONTRO COM VOCÊ


Neste encontro com você, penso:
Eu quero saber o que de fato você busca e se é capaz de ousar, sonhar, encontrar as aspirações de seu coração.
Não me interessa a sua idade, eu quero saber se você será capaz de se transformar em um tolo para poder amar, viver seus sonhos, aventurar-se a estar vivo.
Não me interessa qual o planeta que está em quadratura com sua lua. Eu quero saber se você tocou o centro de sua tristeza, se você tem sido exposto pelas traições da vida ou se tem se contorcido e se fechado com medo da próxima dor.
Eu quero saber se você é capaz de se sentar com a dor, a sua e a minha, sem tentar esconde-la, nem melhorá-la.
Eu quero saber se você pode ficar com a alegria, a minha e a sua.
Se você é capaz de dançar loucamente e deixar que o êxtase o envolva, até as pontas dos pés e das mãos sem querer nos aconselhar a ser mais cuidadosos, mais realistas, nem nos lembrar as limitações do ser humano.
Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira.
Eu quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro consigo mesmo.
Se você é capaz de suportar a acusação de traição e não trair a própria alma.
Eu quero saber se você pode ser confiável e verdadeiro.
Eu quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o dia não está belo e se pode ligar a sua vida a presença de DEUS.
Eu quero saber se você é capaz de viver com os fracassos, os seus e os meus, e mesmo assim se postar nas margens de um lago e gritar para os reflexos da lua: "Sim".
Não me interessa onde você mora e nem quanto dinheiro você ganha, eu quero saber se é capaz de acordar depois da noite do luto e do desespero, exausto e ferido até a alma, e fazer aquilo que precisa ser feito.
Não me interessa o que você é e nem mesmo como chegou até aqui. Eu quero saber se você irá postar-se comigo no centro do fogo e não fugir.
Não me interessa onde e com quem você estudou. Eu quero saber o que o sustenta interiormente quando tudo o mais desabou.
Eu quero saber se você é capaz de ficar só consigo mesmo e se realmente é boa companhia para si mesmo, nos momentos vazios.
(Palavras de um chefe indígena a forasteiros que chegavam ...)

Postado por Marisa Alverga

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