sábado, 3 de outubro de 2015

O LIVRO DE ZÉ OTÁVIO



Apresentar  um escritor é tarefa das mais auspiciosas, não fora a responsabilidade, mormente quando se trata de um renomado escritor,  que tem no seu currículo dezenas e dezenas de títulos publicados, quer em jornais, revistas e/ou  livros.
       Professor universitário firmou-se como historiador, mas acima de tudo  é um estudioso, em eterno contato com os livros, com as letras.
       Entre as publicações, destacamos a sua participação em Poder e Política na Paraíba, coletânea que junto com Hélio Zenaide e outros autores retrata José Américo de Almeida, Pedro Gondim, Osmar de Aquino, entre outros e a ele coube retratar Wilson Braga. Não esqueceu Guarabira, publicando em 1998 GUARABIRA  - Democracia, Urbanismo e Repressão.
       Na esfera internacional, citemos Mundo Hoje, A Imprensa, A crise brasileira de 64, Memórias de JK. E entre Setembrizada e Novembradas, no âmbito regional, deparamo-nos com Preconceito e racismo numa Produção Cultural.
       Poderia deter-me na sua produção literária, o que muito me agradaria, mas, necessário se faz trazer a lume a sua última produção e o escritor de que falamos dispensa apresentação, porque do Oiapoque ao Chuí já se ouviu falar em JOSÉ OTÁVIO DE ARRUDA MELLO, o paraibano que nos brinda com a A TRAJETÓRIA DE UM VENCEDOR.
       Antes de Zé Otávio, Eno Teodoro, natural do Paraná, em 1992, escreveu: Ronaldo Cunha Lima – Poeta e Trovador.
       Recentemente, Nivaldo Magalhães editou RONALDO CUNHA LIMA, ESPIRITUOSO – Histórias de Poeta e Diógenes da Cunha Lima trouxe a lume UM NORDESTINO DE TODO CANTO.
       Nos idos de 1983, estive em Arara para apresentar Ronaldo no encerramento de uma feira cultural e dizia que Ronaldo se dissociava da figura do político de ontem, eleito Prefeito de Campina Grande pelo voto independente do povo e 43 dias após sua  posse, arrancado arbitrária e injustamente, daquela chefia por um ato de exceção. E Ronaldo nunca soube por que foi cassado e o povo nunca soube por que Ronaldo foi cassado, senão por ser um idealista que sonhava o sonho do seu povo. E a sua alma de poeta amargou por dez anos a saudade da sua gente, da sua terra, mas Ronaldo voltou, novamente nos braços do povo.  Ronaldo foi o filho que Guarabira emprestou a Campina Grande, até porque  Ronaldo não tem naturalidade, é filho de Arara, de Campina Grande, da Paraíba, do Brasil. Um cidadão do mundo.
       Sem adentrar para a qualidade das obras mencionadas, tendo todas o seu valor, até pelo biografado que se retratou, não poderia me escusar de dar a Zé Otávio todo o mérito da sua obra. Na Trajetória de um Vencedor, o autor se irmana com o seu personagem, retratando-o tão fielmente que ao lê-lo tive a impressão de que Ronaldo estava ali, ao meu lado, concordando com o que Zé Otávio dizia, porque senhores, os outros escritores centraram-se no poeta. Zé Otávio, não, falou sobre o político, o estadista, o amigo, o  homem Ronaldo Cunha Lima.
       Quando eleito Governador, mandei-lhe um telegrama em versos, onde dizia:Ao Ronaldo político, ao Ronaldo estadista, prefiro mil vezes o Ronaldo Poeta. E foi essa linha que os outros seguiram.
       Três cidades e uma origem, entre o Sol e a Luz, primeiro capítulo do livro, refere-se ao nascimento do poeta, na rua do Sol,  próximo ao Colégio da Luz, valendo a criatividade do escritor e dai segue-se Da Política estudantil à Câmara de Vereadores; Um trabalhista na Assembleia; Um Democrata contra o Arbítrio e entre outros capítulos, Uma administração no fio da navalha e Do maior São João do mundo ao Governo do Estado.
       Parabéns, Zé Otavio, parabéns pelo trabalho que você produziu. Há muito mais
Na Trajetória de um Vencedor, eu atesto
Lembrei alguns lhes dando asa
Quem quiser saber do resto
Compre o livro e leia em casa.    
       Parabéns a Roberto, pelo espaço da UNOPAR para o lançamento deste trabalho, até porque a educação não se resume no Be-a-bá. Um dia, numa hora qualquer, que foge ao registro da História, um homem disse que  “ É a educação que dá ao corpo e à alma, beleza e perfeição”. Esse homem era um sábio e se chamava Platão.
       Antes de encerrar a minha participação nesta festa literária,  peço emprestado a Ronaldo, - o poeta, o Soneto do


DESENCONTRO


Era segunda,  imaginei domingo
Era de   noite, imaginei manhã
Chovia muito e eu imaginava sol
As  pessoas se comprimiam e eu não via nada
Havia multidão e eu me sentia só!
Você  não estava mas eu lhe fiz presente
Você chegava    sem saber se estava
Você  falou sem saber o que disse                                 
E disse  coisas  sem dizer  palavras...

Você  estava perto sem saber se estava
E até me  beijou  sem se sentir beijada
Era  segunda, mas imaginei domingo.

Chegou  o sol mas se fez manhã
Chegou  o dia e se fez  domingo
Houve palavras mas não eram suas
Houve presença  mas sem ser você
Houve  multidão e agitação profunda.

Então era manhã mas eu quis a noite
Fazia sol e eu queria chuva
Era domingo e desejei segunda!”   

                                                     Marisa  Alverga

Guarabira,17 de setembro  de 2015       

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