Apresentar um escritor é tarefa das mais auspiciosas,
não fora a responsabilidade, mormente quando se trata de um renomado
escritor, que tem no seu currículo
dezenas e dezenas de títulos publicados, quer em jornais, revistas e/ou livros.
Professor universitário firmou-se como historiador, mas acima
de tudo é um estudioso, em eterno
contato com os livros, com as letras.
Entre as publicações, destacamos a sua participação em Poder e
Política na Paraíba, coletânea que junto com Hélio Zenaide e outros autores retrata
José Américo de Almeida, Pedro Gondim, Osmar de Aquino, entre outros e a ele
coube retratar Wilson Braga. Não esqueceu Guarabira, publicando em 1998
GUARABIRA - Democracia, Urbanismo e
Repressão.
Na esfera internacional, citemos Mundo Hoje, A Imprensa, A
crise brasileira de 64, Memórias de JK. E entre Setembrizada e Novembradas, no
âmbito regional, deparamo-nos com Preconceito e racismo numa Produção Cultural.
Poderia deter-me na sua produção literária, o que muito me
agradaria, mas, necessário se faz trazer a lume a sua última produção e o escritor
de que falamos dispensa apresentação, porque do Oiapoque ao Chuí já se ouviu falar em JOSÉ OTÁVIO DE
ARRUDA MELLO, o paraibano que nos brinda com a A TRAJETÓRIA DE UM VENCEDOR.
Antes de Zé Otávio, Eno Teodoro, natural do Paraná, em 1992, escreveu:
Ronaldo Cunha Lima – Poeta e Trovador.
Recentemente, Nivaldo Magalhães editou RONALDO CUNHA LIMA,
ESPIRITUOSO – Histórias de Poeta e Diógenes da Cunha Lima trouxe a lume UM
NORDESTINO DE TODO CANTO.
Nos idos de 1983, estive em Arara para apresentar Ronaldo no
encerramento de uma feira cultural e dizia que Ronaldo se dissociava da figura
do político de ontem, eleito Prefeito de Campina Grande pelo voto independente
do povo e 43 dias após sua posse, arrancado
arbitrária e injustamente, daquela chefia por um ato de exceção. E Ronaldo
nunca soube por que foi cassado e o povo nunca soube por que Ronaldo foi cassado,
senão por ser um idealista que sonhava o sonho do seu povo. E a sua alma de
poeta amargou por dez anos a saudade da sua gente, da sua terra, mas Ronaldo
voltou, novamente nos braços do povo.
Ronaldo foi o filho que Guarabira emprestou a Campina Grande, até porque
Ronaldo não tem naturalidade, é filho de
Arara, de Campina Grande, da Paraíba, do Brasil. Um cidadão do mundo.
Sem adentrar para a qualidade das obras mencionadas, tendo
todas o seu valor, até pelo biografado que se retratou, não poderia me escusar
de dar a Zé Otávio todo o mérito da sua obra. Na Trajetória de um Vencedor, o
autor se irmana com o seu personagem, retratando-o tão fielmente que ao lê-lo
tive a impressão de que Ronaldo estava ali, ao meu lado, concordando com o que
Zé Otávio dizia, porque senhores, os outros
escritores centraram-se no poeta. Zé Otávio, não, falou sobre o político, o
estadista, o amigo, o homem Ronaldo
Cunha Lima.
Quando eleito Governador, mandei-lhe um telegrama em versos,
onde dizia:Ao Ronaldo político, ao Ronaldo estadista, prefiro mil vezes o
Ronaldo Poeta. E foi essa linha que os outros seguiram.
Três cidades e uma origem, entre o Sol e a Luz, primeiro
capítulo do livro, refere-se ao nascimento do poeta, na rua do Sol, próximo ao Colégio da Luz, valendo a
criatividade do escritor e dai segue-se Da Política estudantil à Câmara de
Vereadores; Um trabalhista na Assembleia; Um Democrata contra o Arbítrio e
entre outros capítulos, Uma administração no fio da navalha e Do maior São João
do mundo ao Governo do Estado.
Parabéns, Zé Otavio, parabéns pelo trabalho que você produziu.
Há muito mais
Na Trajetória de um
Vencedor, eu atesto
Lembrei alguns lhes dando
asa
Quem quiser saber do resto
Compre o livro e leia em
casa.
Parabéns a Roberto, pelo espaço da UNOPAR
para o lançamento deste trabalho, até porque a educação não se resume no
Be-a-bá. Um dia, numa hora qualquer, que foge ao registro da História, um homem
disse que “ É a educação que dá ao corpo
e à alma, beleza e perfeição”. Esse homem era um sábio e se chamava Platão.
Antes de encerrar a minha participação
nesta festa literária, peço emprestado a
Ronaldo, - o poeta, o Soneto do
DESENCONTRO
Era
segunda, imaginei domingo
Era de
noite, imaginei manhã
Chovia
muito e eu imaginava sol
As
pessoas se comprimiam e eu não via nada
Havia
multidão e eu me sentia só!
Você
não estava mas eu lhe fiz presente
Você
chegava sem saber se estava
Você
falou sem saber o que disse
E
disse coisas sem dizer palavras...
Você
estava perto sem saber se estava
E até
me beijou sem se sentir beijada
Era
segunda, mas imaginei domingo.
Chegou
o sol mas se fez manhã
Chegou
o dia e se fez domingo
Houve
palavras mas não eram suas
Houve
presença mas sem ser você
Houve
multidão e agitação profunda.
Então era
manhã mas eu quis a noite
Fazia sol
e eu queria chuva
Era
domingo e desejei segunda!”
Marisa
Alverga
Guarabira,17
de setembro de
2015
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