Guarabira sem Osmar, por
Antonio do Amaral
Osmar de Aquino: “Guarabira ou
Paris). Foto: Reprodução Internet
Publicado
há 20 anos, por ocasião dos 15 anos de falecimento do grande tribuno, advogado,
deputado federal e ex-prefeito de Guarabira, o Dr. Antonio do Amaral escreveu
um artigo para homenagear o ilustre guarabirense. Osmar foi deputado
constituinte em 1945.
Contemporâneo
de Osmar, o ex-prefeito, professor da UEPB e agora Juiz de Direito,
Antonio do Amaral nos fez reverenciar esse grande brasileiro.
Oito de
maio de 1980, há quinze anos passados Guarabira, a Paraíba, o Nordeste e o
Brasil, perdiam OSMAR DE ARAUJO AQUINO, que convalescida num leito do Hospital
Santa Isabel, na Capital deste Estado.
Trinta e
cinco anos passado, desde o lúgubre maio de 1980, o Nordeste1 brinda seu
autores com essa crônica tão linda, viva e consistente.
Eis o
texto.
Guarabira sem Osmar
O anúncio
do seu inacreditável falecimento consternou a todos quantos tiveram
conhecimento dessa infausta notícia.
Murchava
um lírio branco nos jardins flóridos desta encantadora cidade.
O
dinamismo de sua ação associada à sua extraordinária e exemplar personalidade,
motivou um comentário anônimo de que demoraria décadas, para que outra mulher
pudesse dar à luz, a um ser tão encantador, como era OSMAR.
Humanista
que no seu quotidiano, buscava a interligação da teoria à prática.
Advogado
brilhante que em suas teses jurídicas, desenvolvidas ardorosamente em defesa dos
seus constituintes, pouca importância dava aos honorários advocatícios,
custeando inúmeras vezes as despesas com o processo, além dos gastos com os
próprios interessados.
Político
apaixonado pelos problemas sociais norteava a aproximação do topo da Pirâmide
Social em relação às suas bases, com o objetivo de diminuir o fosso entre os
que são abastados, com os desgarrados da sorte.
Jornalista
percuciente sempre reservou o seu talento intelectual, em defesa dos problemas
cujas dimensões motivavam a polêmica em todos os seguimentos, chamando a
atenção das classes privilegiadas, sobre a exclusão da grande massa de
desassistidos, sem acesso quer aos meios de produção, quer ao capital.
Orador
incomparável em suas perorações elevou o ser humano e registrou verdadeiras
pérolas, na limpidez do seu penetrante pensamento, voltado para uma dialética
tão convincente, que normalmente levava os seus admiradores a um verdadeiro
êxtase.
Se alguém
ousasse conceituar OSMAR, poder-se-ia denominá-lo de um pan-homem, voltado exclusivamente
para o profundo amor que nunca deixou de dedicar aos seus semelhantes, até
mesmo em condições as mais adversas.
Inesquecível
fora à sua volta a este torrão, quando em instantes de indescritível
inspiração, nos idos de 1964 sentenciara: “Volto ao teu seio,
terra estremecida das minhas angústias, das minhas alegrias e dos meus sonhos”.
Os
caminhos palmilhados por OSMAR, procurando incansavelmente o soerguimento dos
seus irmãos, faz-nos lembrar os versos Cassiano Ricardo, quando diz,
referindo a outra personalidade: “Quem morreu não foi ele/ foram as coisas,
que deixaram de ser vistas pelos seus olhos”.
Sua
ausência é lembrada e faz falta aos nossos contemporâneos.
Não é
demais dizer que Osmar pertence à categoria dos gigantes da pátria,
carregando-a nos ombros e não permitindo que ela desapareça.
A visão
do seu alvorecer em que o homem se firme na plenitude dos seus sonhos, ficou
registrado quando afirmara: “… e mesmo dentro da noite de opressão, nós te
damos as mãos dentro da escuridão, haveremos de gritar ‘chaplinianamente’ para
os descrentes e aflitos: calma, os pássaros cantarão amanhã”.
A máxima
Brecheteana de que os homens imprescindíveis, são aqueles que trabalham toda a
vida e a vida toda, encontra ressonância quando OSMAR, certa vez e em
razão de uma enfermidade que lhe abatera dissera: “Doutor Geraldo (Camilo)
mantém, ainda, tiranicamente, em semi-repouso”.
Oxalá,
por paradoxal que possa parecer, a presença de OSMAR, neste tributo de
saudade, inspire a busca da verdade, emergindo o a amor à gleba natal, para
vê-la grande de respeitada, onde os fariseus proliferam, os aventureiros
dominam o povo pobre, que a tudo assiste sem saber reagir, nem como reagir e
possam dos canteiros dessa fenomenal Guarabira, florir o quanto antes, milhões
de lírios brancos.
Antonio
do Amaral, Juiz de Direito e ex-prefeito de Guarabira.
Cópia: Marisa Alverga
Osmar de Aquino Araújo
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Período
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19 de agosto de 1940a
2 de dezembro de 1940
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Antecessor(a)
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Sucessor(a)
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Vida
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Nascimento
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Morte
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Dados pessoais
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Profissão
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