sexta-feira, 20 de janeiro de 2012


A SAUDADE QUE DÓI
Miguel Falabella

Trancar o dedo numa porta,  dói...
Bater com o queixo no chão...  Dói...
Torcer o tornozelo...  Dói...
Um tapa... Um soco...  Um pontapé... Doem...
Dói bater a cabeça na quina da mesa.
Dói morder a língua... 
Dói cólica...  Cárie e Pedra no rim...
Mas o que mais dói
                     é a Saudade!
Saudade de um irmão que mora longe...
Saudade de uma cachoeira da infância...
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais...
Saudade do pai que morreu...
Do amigo imaginário que nunca existiu...
Saudade de uma cidade...                         
Saudade da gente mesmo, que o tempo    não perdoa...
Doem essas      saudades    todas!
Mas a saudade mais dolorida, é a saudade de  quem se ama.
Saudade da pele...   Do cheiro...   Dos beijos...
Saudade da presença,  e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto,
sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo,  quando o amor de um acaba,  ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber...
Saudade é basicamente não saber...
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio...
Não saber se ele continua sem fazer a barba  por causa daquela alergia...
Não saber se ela ainda usa aquela saia...
Não saber se ele foi -consulta com o
dermatologista como prometeu...
Não saber se ele tem comido bem por causa daquela mania de estar  sempre ocupado...
Se ele tem assistido as aulas de inglês...
Se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial...
Se ela aprendeu a estacionar entre dois carros...
Se ele continua preferindo Malzebier...
Se ela continua preferindo suco...
Se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor...
Se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados...
Se ele continua cantando tão bem...
Se ela continua
detestando o Mac  Donald's...
Se ele continua amando...
Se ela continua a chorar até nas comédias....
Saudade é não saber mesmo!...
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos...
Não saber como encontrar
tarefas que lhe cessem o pensamento...
Não saber como
frear as lágrimas diante de uma música...
Não saber como vencer
a dor de um silêncio que nada preenche...
Saudade é não querer saber
se ela está com Outro... 
E ao mesmo tempo querer....
É não saber se ele está feliz...
E ao mesmo tempo perguntar
a todos os amigos por isso...
É não querer saber
se ele está mais magro...
Se ela está mais bela.
Saudade ...                                                                                           É nunca mais saber de quem se ama...                                                                                  E ainda assim doer!

Saudade...                                                                  
  É isso que senti enquanto estive escrevendo
e o que você... Provavelmente...                                                             Está sentindo agora que acabou de ler..."
"A vida é uma peça de teatro que não permite  ensaios...
Por isso...  Cante...  Ria...  Dance... 
Chore  e  viva  intensamente
cada  momento  de  sua  vida...
Antes que a cortina se feche e a peça termine sem Aplausos".
Aproveite todas as oportunidades que a vida lhe oferecer...
Saudade...
Eita palavrinha triste...
É... Saudade... Só sabe o peso  e a força que ela tem, quem já sofreu por ela.
Quem passou noites em claro...
Desistiu de alguns sonhos...
Mudou de hábitos e idéias...
Teve dificuldades de levantar pela manhã...
Acreditou-se sozinha(o)...
Foi forçada(o) a  mudar os planos...
Lutou contra a maré pra esquecer... E contra si mesma(o)...
Teve que aprender a sorrir pra não chorar...
E a chorar quando não podia sorrir...
Mas quando se é jovem tudo tem uma cor diferente...
O impossível até tem lugar nos sonhos...
Mas quando os anos passam... Aí é que se sente a força enorme e a dor causada por essa tal de saudade!
(Eu)

Postado por Marisa Alverga





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