Recebi o convite que me fez o Presidente desta Casa, o
Vereador Lucas Porpino, com indizível alegria, até porque além d0 convite partir de um amigo, aqui não deixa de ser a Praça
do Povo, tão decantada por Castro Alves. Depois, estamos no Plenário Geraldo de
Albuquerque Cabral, o companheiro, o amigo, com quem partilhei boa parte da
minha vida, ora eternizado na Casa Osório de Aquino, pai de Osmar de Aquino, o
homem que foi o ídolo da minha juventude
e que até hoje faz parte da minha vida, padrinho que é, da minha filha.
Feliz porque me sinto parte da plêiade de seres que do
Olimpo me bafejam e me convidam a com eles conviver, e lá, em
meio às musas do Parnaso, deparo-me com
Jansen Filho, no exato momento em que dizia no seu Testamento de Poeta: ”
Mamãe querida, não deixe nunca de rezar por mim!”; aí está também o meu poeta
do século – Augusto dos Anjos – declamando para outros poetas A Árvore da
Serra: ” ... não mate a árvore, pai,
para que eu viva!”. São tantos que hoje cantam a glória de Deus! J. G. de Araújo
Jorge, Cassimiro de Abreu, Olavo Bilac e não precisamos ir muito longe, porque
daqui encontramos Zezinho Barbosa, o nosso Zezinho Chinês, Chica Calado e Raimundo Camelo e, não poderia deixar de citar Geraldinho, com
a sua lição de vida: “Só os covardes não erram, porque nunca decidem”!
Senhores, são tantos os agradecimentos que nem sei por
onde começar, mas vou iniciar por Geraldo Camilo, pela apresentação do meu
ENCONTROS E DESENCONTROS, o que ele fez com maestria, exagerando até nos
valores que me atribui, e segundo, pela
homenagem que prestou a Ronaldo, simples assim, porque não homenageou o
Prefeito, o Governador, o Deputado ou o Senador; não homenageou o Paraibano ou
o guarabirense, mas o homem simples, carismático, o homem do povo que não fazia
diferença entre o Palácio do Governo e a Banca de Jornal. Ronaldo era poeta e
poeta não tem nacionalidade e o seu poder maior
é a sua rima, a mensagem que flui naturalmente e que embevece,
que
encanta, que ilumina, que enobrece, que
embeleza os pobres mortais como eu: “Era segunda, imaginei domingo/ Chovia
muito e eu imaginava sol/ As pessoas se comprimiam e eu não via nada/ Havia
multidão e eu me sentia só./ Era o poeta cantando os seus Encontros e Desencontros!
Um agradecimento aos que, sem conhecerem o livro, sem
idéia nenhuma do seu conteúdo, acreditaram e compraram-no, o que me permitiu editá-lo. Numa entrevista me
perguntaram sobre apoios recebidos e respondi que de nada podia reclamar, pois
não procurei nem os Poderes Públicos, nem
os particulares, apenas alguns amigos.
No Prólogo, eu conto que uma amiga, Senadora dos
Estados Unidos, me disse numa conferência que pronunciou em João Pessoa, que
quem não é lido em inglês, não é lido. Levei a sério e nasceu o meu livro em
duas línguas, eu que mal sei uma delas!
E aqui o meu agradecimento a Ivanise Borba, a minha prima e afilhada que se
prontificou a fazer a versão dos meus poemas para a língua do Tio Sam e o fez
com competência e carinho.
Não poderia esquecer
Paulo Gracino, o artista que idealizou
a Capa do meu livro. Eu lhe dei o título, somente; ele fez o resto e
retratou com simplicidade e beleza, os meus ENCONTROS E DESENCONTROS.
Por que o titulo? Porque a vida é isso: constantes
acertos e desacertos, seja no amor, como no ódio, na alegria e na tristeza, na
paz ou na guerra.
Para que haja traição é preciso que antes tenha havido
amizade, porque não se trai inimigo! Se trai amigo! Mas para falar da essência
deste livro, ouçamos SEBASTIÃO ALVES DE QUEIROZ, sogro do Vereador Lucas
Porpino, que sem me conhecer, retratou a minha alma:
“Prezada poetisa:
Comovi-me com tuas
poesias
Em que falas de
amor e de amizades,
De esperanças,
desejos e utopias,
De belos sonhos e
amorosidades;
De teus momentos de
felicidade,
Dos triunfos, com
lutas, conquistados,
Das convivências em
fraternidade,
E de eventos com
gáudio celebrados.
Na obra recordas
anseios, ilusões,
E os ideais na vida
acalentados,
Gratas lembranças e
recordações
Que na memória se
mantêm gravados.
Falas dos filhos,
frutos da Roseira,
Que, em ti, é
verdejante e perfumada,
Como mãe dedicada e
alcoviteira,
Carinhosa, amorosa
e apaixonada.
A teu Geraldo,
“amigo e confidente”,
Que Deus, em seus
desígnios, já chamou,
Tu prestas
homenagem comovente
Como dileto esposo
a quem amou.
Teu Geraldinho,
bardo que partiu,
Precocemente para a
eternidade,
(E cuja morte,
tanto te feriu),
A Deus o entregas,
com serenidade.
Longo poema a teu
pai ofertas,
No forma de uma
súplice oração,
Com frinchas de tua
alma bem abertas,
Ostentado os
desvãos do coração.
Falas de certezas e
incertezas.
De teus vazios e
saciedades,
Da vida, em seus
agravos de asperezas,
De teus segredos e
intimidades.
De acenos de adeus,
de despedias,
Dos suplícios
impostos pela vida,
Das frustrações e
ingratidões sofridas,
Como golpes em alma
já ferida.
Murmuras as
carências de ternuras,
Deploras traições e
falsidades,
E as vis críticas e
injustas censuras.
Nas suas
malquerenças e maldades.
Poetisas
desmentidas ilusões,
Tristezas e penosas
amarguras,
Os sofrimentos e
decepções,
E os desencantos e
amargas torturas.
Cuidas do tempo que
não se detém
E flui ao tic-tac
dos relógios,
Ceifando vidas
quando lhe convém,
Alheio aos póstumos
necrológios.
Em Deus buscas
conforto e fortaleza
Pra suportar a
perda do Geraldo,
E, em tua fé,
cultivas a certeza,
De um reencontro
com teu filho amado.
Vendavais
impactaram tua vida
Na violência de
seus cataclismos,
Com dolorosas
emoções sofridas,
Suportadas à custa
de estoicismos,
Teus poemas exalam
sentimentos
De uma alma
sensível e refinada,
Que poetiza, com
encantamentos,
Esta grande obra a
nós presenteada.
Releves, do modesto
comentário,
As omissões na
certa cometidas,
Resenhar o teu
livro é temerário,
Nas apreciações bem atrevidas
(*) Sebastião Aires
de Queiroz
Membro da Academia
Paraibana de Poesia – Cad.30
Em 16.07.2013
Por fim, senhores, um abraço a todos que
aqui estão e aos que o fazem em pensamento, como Gelúcio, que de lá dos Estados
Unidos me manda passagens para que o meu livro seja lançado no país de Obama; a Ivan Souza que de São
Paulo me ajuda a ir aos States. Aos que vieram de João Pessoa, como Severino
Bezerra e o escritor Adauto Ramos; de Marí como Assis Firmino; de Sapé como
João Victor; de Bananeiras, como Padre Mauro, companheiro de luta; Éliton aqui
representando meus companheiros de Bananeiras.
Os que aqui residem e que não poderei nomeá-los, porque são tantos e
poderia pecar por omissão. As autoridades que se afastaram dos seus afazeres
para participarem dos meus Encontros e
Desencontros; Aos meus companheiros do
Rotary, Interact e do Rotaract; às minhas companheiras do Clube de Mães Piedade
Medeiros, aos meus amigos da Loja Maçônica Tiradentes, aos Demolays, mais que
sobrinhos, quase filhos; meus companheiros do IAPM e da UNOPAR; aos meus filhos, minha inspiração maior: Márcia e
Joãozinho, Maisinha, Mairla e Sofia, Pedrinho e Dinho, Zé e Betinho, os filhos
biológicos e os do coração.
Não poderia deixar de agradecer aos que
teceram comentários sobre esta obra: Dr. Antonio Cavalcante – Juiz e Professor,
Jvanise Borba artista plástica e professsora,
André Filho - Secretário de
Cultura -, Neide Polari, escritora e a professora Janaína Toscano, que com seus
comentários enriqueceram o meu livro.
Há muito venho tentando realizar o sonho
de Alfeu Rabelo, que em 1925, sonhava fundar em Guarabira, uma Academia de
Letras e esse sonho agora deixa de ser
sonho, pois com o apoio do Prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano tornar-se-á
uma realidade. Tenho Estatutos prontos,
Patronos e alguns acadêmicos convidados. Vamos, sim, concretizar este sonho.
Resta-me
agora agradecer a Deus por tudo quanto me tem dado. Nem mereço tanto, mas Ele
sabe e mesmo assim me cobre de bênçãos.
Quando preparava este pronunciamento,
Joãozinho disse: Mãe, não esqueça o seu bordão. Que bordão? - Vou falar de pé para ser vista, alto para ser
ouvida e pouco para ser aplaudida. Desculpe, meu filho, não pude usá-lo, pois
me alonguei mais do que pretendia e encerro dizendo:
Sinto saudades...
...
do sorriso que não distribuí
...
do beijo que não recebi
...
da lágrima que não chorei
...
do abraço que não senti
...
da mão que não apertei
...
da palavra que não pronunciei
...
do adeus que não acenei
...
do amor que não foi meu
...
da flor que não se abriu
...
da vida que não vivi!
Obrigada.
Guarabira, 16.07.13
Marisa Alverga
ENCONTRO COM VOCÊ
Neste encontro com
você, penso:
Eu quero saber o
que de fato você busca e se é capaz de ousar, sonhar, encontrar as aspirações
de seu coração.
Não me interessa a
sua idade, eu quero saber se você será capaz de se transformar em um tolo para
poder amar, viver seus sonhos, aventurar-se a estar vivo.
Não me interessa
qual o planeta que está em quadratura com sua lua. Eu quero saber se você tocou
o centro de sua tristeza, se você tem sido exposto pelas traições da vida ou se
tem se contorcido e se fechado com medo da próxima dor.
Eu quero saber se
você é capaz de se sentar com a dor, a sua e a minha, sem tentar esconde-la,
nem melhorá-la.
Eu quero saber se
você pode ficar com a alegria, a minha e a sua.
Se você é capaz de
dançar loucamente e deixar que o êxtase o envolva, até as pontas dos pés e das
mãos sem querer nos aconselhar a ser mais cuidadosos, mais realistas, nem nos
lembrar as limitações do ser humano.
Não me interessa se
a história que você me conta é verdadeira.
Eu quero saber se
você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro consigo mesmo.
Se você é capaz de
suportar a acusação de traição e não trair a própria alma.
Eu quero saber se
você pode ser confiável e verdadeiro.
Eu quero saber se
você pode ver a beleza mesmo quando o dia não está belo e se pode ligar a sua
vida a presença de DEUS.
Eu quero saber se
você é capaz de viver com os fracassos, os seus e os meus, e mesmo assim se
postar nas margens de um lago e gritar para os reflexos da lua:
"Sim".
Não me interessa
onde você mora e nem quanto dinheiro você ganha, eu quero saber se é capaz de
acordar depois da noite do luto e do desespero, exausto e ferido até a alma, e
fazer aquilo que precisa ser feito.
Não me interessa o
que você é e nem mesmo como chegou até aqui. Eu quero saber se você irá
postar-se comigo no centro do fogo e não fugir.
Não me interessa
onde e com quem você estudou. Eu quero saber o que o sustenta interiormente
quando tudo o mais desabou.
Eu quero saber se
você é capaz de ficar só consigo mesmo e se realmente é boa companhia para si
mesmo, nos momentos vazios.
(Palavras de um
chefe indígena a forasteiros que chegavam ...)
Postado por Marisa Alverga