“Ninguém
morre enquanto permanece vivo no coração
de
alguém”
À
uma amiga que partiu primeiro:
Minha
querida Iaci,
A amizade não conhece tempo nem
distância e esta assertiva é tão
verdadeira que há anos não nos víamos,
mas nem o tempo nem a distância foi
capaz, sequer, de arrefecer os laços que nos uniam.
Nos idos de 1969, precisamente 11 de novembro daquele ano , trabalhamos no
antigo INPS. É verdade que não vivíamos uma na casa da outra, mas havia sempre
um ombro para as nossas confidências.
O tempo passou e a vida nos separou.
Havia apenas 90Km entre nós, mas foi o suficiente para que durante algum tempo
sequer nos falássemos, mas de repente
senti a vontade incontrolável de vê-la, falar-lhe, abraçá-la, mas não sabia
como fazê-lo e então sem nenhuma premeditação encontrei-me com uma amiga comum
que me disse o número do seu celular. Liguei e não foi você quem atendeu e
quando pedi para falar com você, veio a surpresa; o seu esposo disse que você
havia partido. Não querendo entender a verdade perguntei: como partiu? Está no
céu, ele respondeu.
Dizem que a Morte é uma grande Mestra,
mas confesso que nada aprendi com essa megera. Sei, apenas que o Céu está em
festa, porque você é mais uma filha que retorna à Casa do Pai. E daqui, da
minha SAUDADE, faço uma prece ao Deus
imortal:
Senhor Deus, sabemos todos que um dia
teremos que voltar ao primitivo lar, mas a separação dói e não há bálsamo capaz
de suavizá-la e sem opção, só nos resta aguardar o reencontro e valemo-nos da
imaginação para divisar a eternidade como o paraíso que é: cercado de flores, onde
predominam as hortências e as violetas, com as folhas em forma de coração.
Poetas entoam as suas canções,
espalhando o amor entre as saudades que por ali proliferam, acompanhados pelos
violinos que vibram as suas cordas, embalando os sonhos dos que ai estão. O
parnaso, com certeza, é na Mansão Celestial.
IACI é uma filha que atendendo ao
chamado do Pai para o Céu retornou. Estamos certos de que será feliz, porque ai
ela não sentirá frio, nem dor; a calúnia e a inveja nunca mais a alcançarão e
Maria, a mãe por excelência, será sua eterna companheira na eternidade de Deus.
A/Deus, minha amiga. Até um dia! Quando?
Sabe Deus.
Marisa
Alverga
Guarabira, 09 de junho de 2017