segunda-feira, 15 de abril de 2013

DA INDIFERENÇA À SOLIDARIEDADE

 

                                                  Alberto Bittencourt


 
Chuvosa manhã de inverno no Recife. Como de hábito, saio de casa às seis para curtir uma corrida no calçadão à beira mar. Nada de sol no horizonte, nada de azul no céu encoberto de hoje. As águas prateadas parecem mais agitadas que o normal. A pista de Cooper já está bem movimentada. As pessoas se exercitam antes das atividades do dia-a-dia. O CRI – Clube dos Rapazes Indomáveis, média de idade 80 anos, bate papo, de molho na piscina formada pelos arrecifes, a salvo do ataque dos tubarões. A turma dos safenados caminha em alegres bate-papos, aos grupos de dois ou três. Os marombeiros se exercitam em aparelhos afixados pela prefeitura junto à pista. Há os que correm, há os que andam, há os que marcham aceleradamente, há os que apenas contemplam a natureza, todos adeptos do estilo de vida saudável. Enquanto corro, vou meditando. Tento completar os dez quilômetros perfazendo meia hora em cada sentido. Na ida, passo por um corpo inanimado, encolhido ao pé de um depósito de lixo. Um mendigo jaz inerte, algumas latas espalhadas no chão. Deitado, com a cabeça apoiada sobre as patas dianteiras, um pequeno cão vira-latas o olha fixamente. Tem o semblante de sofrimento não sei se pelo dono ou por ele mesmo. Todos os adeptos do jogging passam sem tomar conhecimento daquele ser. Quem seria? Há quanto tempo estaria ali? A indiferença é total. Pode até estar morto, ou quase. Continuo a correr, vou me afastando. Não saberia mesmo o que fazer. Lembro-me da parábola do Bom Samaritano, Lucas, X. Somos os seminaristas, o padre, o levita (que cuida das sinagogas), atravessamos a rua, indiferentes ao próximo. Afinal, temos nossas metas a cumprir. Nossos caminhos de hoje estão traçados. Os encontros, a família, o trabalho, a escola, é tudo tão importante, não há espaços para imprevistos. Sobretudo quando o imprevisto é um pobre qualquer, que não nos diz respeito. Não é conosco. Para isso tem as autoridades. Completada a metade do percurso, volto pelo mesmo caminho. No ponto em que estava o mendigo, vejo uma jovem agachada tentando falar com ele. Paro e me aproximo. A jovem lhe pergunta com doçura: Senhor, o que tem? Posso ajuda-lo? Após alguns instantes, o corpo murmura, sem abrir os olhos: Não tenho forças, não consigo comer, sinto dores. O homem exala cheiro de cachaça. Penso no efeito devastador do álcool no estômago vazio. Outras pessoas se aproximam. Um pequeno grupo se forma em torno do mendigo. Alguém diz: precisamos leva-lo a um hospital. Outro: chamem a polícia. Um dos marombistas, de seu celular, chama o Serviço de Assistência Municipal de Urgência – SAMU. Enquanto não chega, alguém lhe oferece um cigarro. A jovem conversa com ele. 
A ambulância chega em vinte minutos. O pequeno vira-latas parece entender. Late, balança a cauda, se agita, embarca junto. O grupo se dispersa.
Da indiferença à solidariedade, assim é a natureza humana. Basta uma pequena iniciativa para que as pessoas despertem.
Continuo a corrida, sinto-me mais leve agora. Acredito no ser humano. Penso na filosofia do Rotary, no legado de Paul Harris. É a mesma do Bom Samaritano: DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI.

Postado por Marisa Alverga


A VIDA, UMA VIAGEM  - Henfil 

Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria.

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.
 Postado por Marisa Alverga

Breve: ENCONTROS E DESENCONTROS - LIVRO DE POESIA - BILINGUE - de Marisa Alverga - Reserve seu exemplar.




A IMPORTÂNCIA DE DIZER EU TE AMO



 Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor.
Há pouco tempo decidi sair com outra mulher. Na realidade, foi idéia da minha esposa.
- Você sabe que a ama - disse-me minha esposa um dia, pegando-me de surpresa. A vida é muito curta, você deve dedicar especial tempo a essa mulher.
- Mas, eu te amo - protestei à minha mulher.
- Eu sei. Mas, você também a ama. Tenho certeza disto.
A outra mulher, a quem minha esposa queria que eu visitasse, era minha mãe, que já era viúva
há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e de meus 3 filhos, faziam com que eu a visitasse ocasionalmente.
Essa noite a convidei para jantar e ir ao cinema.
- O que é que você tem? Você está bem? - perguntou-me ela, após o convite. (Minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada tarde da noite,ou um convite surpresa é indício de más notícias.)
- Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo! - Respondi a ela.
- Só nós dois. O que acha?
Ela refletiu por um momento.
- Me agradaria muitíssimo - disse
ela sorrindo.
Depois de alguns dias, estava dirigindo para pegá-la depois do trabalho, estava um tanto nervoso, era o nervosismo que antecede a um primeiro encontro.
E que coisa interessante, pude notar que ela também estava muito emocionada. Esperava-me na porta com seu casaco, havia feito um penteado e usava o vestido com que celebrou seu último aniversário de bodas. Seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo.
- Eu disse a minhas amigas que ia sair com você, e elas ficaram muito impressionadas. - comentou enquanto subia no carro.
Fomos a um restaurante não muito elegante, mas,
sim, aconchegante. Minha mãe se agarrou ao meu braço como se fosse "a primeira dama".Quando nos sentamos, tive que ler para ela o menu. Seus olhos só enxergavam grandes figuras.
Quando estava pela metade das entradas, levantei os olhos; mamãe estava sentada do outro lado da mesa, e me olhava fixamente. Um sorriso nostálgico se delineava nos seus lábios.
- Era eu quem lia o menu quando você era pequeno - disse-me.
- Então é hora de relaxar e me permitir devolver o favor - respondi.
Durante o jantar tivemos uma agradável conversa; nada extraordinário, só colocando em dia
a vida um para o outro. Falamos tanto que perdemos o horário do cinema.
- Sairei contigo outra vez, mas só se me deixares fazer o convite - .



disse minha mãe quando a levei para casa.
E eu concordei.
- Como foi teu encontro? - quis saber minha esposa quando cheguei aquela noite.
- Muito agradável. Muito mais do que imaginei.
Dias mais tarde minha mãe faleceu de um infarto fulminante, tudo foi tão rápido, não pude fazer nada. Depois de algum tempo recebi um envelope com cópia de um cheque do restaurante de onde havíamos jantado minha mãe e eu, e uma nota que dizia:

"O jantar que teríamos paguei antecipado, estava quase certa de que poderia não estar ali, por isso paguei um jantar para ti e para tua esposa. Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Te amo".
Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo: "EU TE AMO" e de dar aos nossos entes queridos o espaço que merecem
.

Obs. Postado por Marisa Alverga


                                                                      




OLÁ, MAMÃE!

 


Hoje, quando o professor pediu para que escrevêssemos sobre alguém ou alguma coisa, eu resolvi escrever sobre você. Muitos filhos só fazem isso no Dia das Mães, mas eu acho que todo dia é dia das mães, já que você não deixa, um dia sequer, de ser minha mãezinha dedicada. O que eu quero dizer mesmo, é que você é muito importante para mim, e vou escrever, em poucas palavras, o que penso sobre você.

Logo que eu nasci, ainda não podia compreender porque, às vezes, você deixava cair algumas lágrimas na minha barriguinha, enquanto me enxugava depois do banho. Nem entendia porque suas irmãs e sua mãe lhe diziam palavra amargas e chamavam você de irresponsável.

Muitas vezes, você dizia que me amava e que ninguém iria tirar-me de você nem você de mim, e eu me sentia seguro por isso. Eu sabia que havia alguma coisa diferente, pois você sempre ficava sem jeito quando tinha que preencher alguma ficha com meus dados pessoais, e precisava escrever o nome do pai. Na minha ficha, esse espaço sempre ficava em branco.Eu nunca havia notado a diferença, pois você e suas irmãs também não tinham pai, mas agora eu sei que ser viúva é diferente de ser mãe solteira.

Eu só fiquei sabendo o que significava ter um pai na escola, quando meus colegas faziam cartões para entregar a esse personagem, completamente desconhecido para mim. Quando me dei conta de que não tinha um pai para me defender e me proteger, eu fiquei muito triste, afinal, meus colegas todos tinham pai, menos eu.

Mas eu não quero falar sobre pais, quero falar de você mamãe. Quero lhe agradecer por ter me deixado nascer, apesar das dificuldades que iria enfrentar e enfrentou, com muita coragem. Quero agradecer por não ter me negado seu ventre. Depois que cresci fiquei sabendo que muitas mulheres fazem isso quando abandonadas por homens fracos que não assumem a paternidade.

Quero agradecer pelas noites que você ficou acordada sobre meu berço, mantendo a morte afastada, enquanto eu queimava de febre. Desejo lhe agradecer por ter enfrentado as pessoas que lhe chamavam de irresponsável e leviana, quando você contou que eu iria nascer. Talvez elas falassem isso porque não soubessem muito bem o que significa ser leviano e irresponsável.

Quero lhe agradecer, mamãe, por todas as vezes que você correu comigo nos braços para não perder o ônibus. Agradecer por você ter renunciado a tantas coisas para pagar o dentista, o pediatra e comprar remédios para mim. Por não ter ido ao cinema para me fazer companhia. Por ter deixado de sair com seus amigos para cuidar de mim. Eu sei que não foi fácil para você, mas, acredite mãezinha, para mim isso foi muito importante.

Hoje eu já sou quase um rapaz e sei reconhecer o valor de uma mãe. Principalmente de uma mãe que enfrenta sozinha a barra de criar um filho com dignidade. Sei também que não são só as mães solteiras que se desdobram para serem mãe e pai. Há também as mães viúvas, as mães cujos maridos são ausentes ou indiferentes com relação aos filhos, se desdobram para serem mãe e pai. Há também as mães viúvas, as mães cujos maridos são ausentes ou indiferentes com relação aos filhos

Que esta curta mensagem tenha o efeito de um abraço de ternura e gratidão a você e a todas essas heroínas anônimas que tecem, com as próprias lágrimas, um manto de luz para envolver o filho que Deus lhes coloca nos braços.

Quero lhe dizer, mamãe, que nada do que venha a acontecer apagará da minha alma, tudo o que você fez e faz por mim.



Desconheço a autoria

Postado por Marisa Alverga






CAIXINHA DE PROMESSAS



Eu não te disse  que só terias alegrias,

Mas dei-te força para superar as dores.

Eu não te prometi riquezas materiais,

Mas dei-te potenciais para alcançar a fortuna.

Eu não te garanti familiares sempre dóceis e afáveis,
Mas coloquei em ti a exercitável tolerância.
Eu não te presenteei com um mundo de paz,
Mas dei-te voz para levá-la aos quatro cantos dele.
Eu não falei que o egoísmo não te abateria, Mas dei-te o
pão para ser dividido.
Eu não te imunizei contra vícios. Mas dei-te  competência
para escolher o que te beneficia.
Eu não te assegurei que serias saudável sempre,
Mas te tangi com a Fé que pode sanar os males.
Eu não bradei que protegeria os teus pensamentos,
Mas deixei-te a inteligência para escolhê-los.
Eu não te dei garantias de sucesso nem de fama,
Mas apliquei em ti talentos para alcançá-los.
Eu não declarei que não terias decepções,
Mas dei-te o dom de intuir suspeitas intenções.
Eu não te deixei a ilusão de que todos te amariam:
Eu disse que EU te amaria
para sempre e incondicionalmente.
Eu não te prometo que terás tudo que posso dar-te,
Mas tudo te será dado se antes tu fizeres
a tua parte.

                            JESUS

Postado por Marisa Alverga
 



ONDE NASCEU JESUS?

Se perguntarmos a:

Maria Madalena onde e quando nasceu Jesus, Ela nos responderá:
- Jesus nasceu em Betânia.
Foi certa vez, que a sua voz, tão cheia de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova com a qual até então jamais sonhara.

Francisco de Assis responderá:
- Ele nasceu no dia em que, na praça de Assis, entreguei minha bolsa, minhas roupas e até meu nome para segui-lo, pois sabia que somente Ele é a fonte inesgotável de Amor.

Pedro responderá:
- Jesus nasceu no pátio do palácio de Caifás, na noite em que o galo cantou pela terceira vez, no momento em que eu o havia negado. Foi nesse instante que acordou minha consciência para a verdadeira vida.

Paulo de Tarso nos responderá:
- Jesus nasceu na estrada de Damasco quando, envolvido por uma intensa luz que me deixou cego, pude ver a figura nobre e serena que me perguntava:
- Saulo, Saulo, porque me persegues?
E na cegueira, passei a enxergar um mundo novo, quando eu lhe disse:
- Senhor que queres que eu faça?

Joana de Cusa responderá:
- Jesus nasceu no dia em que, amarrada ao poste do circo de Roma, ouvi o povo gritar:
- Negue! Negue!
E o soldado, com a tocha acesa, dizendo:
- Este teu Cristo ensinou-lhe apenas morrer?
Foi neste instante, que sentindo o fogo subir pelo meu corpo, pude, com toda certeza e sinceridade dizer:
- Não, não me ensinou só isso. Jesus ensinou-me também a Amá-LO!

Tomé responderá:
- Jesus nasceu naquele dia inesquecível em que Ele me pediu para tocar as suas chagas e me foi dado testemunhar que a morte não tinha poder sobre o Filho de Deus.
Só então compreendi o sentido das palavras:
- Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!

João Batista responderá:
- Jesus nasceu no instante em que chegando ao Rio Jordão, pediu-me que o batizasse. E, ante a meiguice de seu olhar e a majestade de sua figura, pude ouvir a mensagem do Alto:
- “Este é meu filho amado, no qual pus a minha complacência”. (Mateus 17,5)
Compreendi que chegara o momento de Ele crescer e eu diminuir, para a Glória de Deus Pai!

Lázaro responderá:
- Jesus nasceu em Betânia, na tarde em que visitou meu túmulo e disse:
- Lázaro! Levanta.
Neste momento compreendi, finalmente quem Ele era: A Ressurreição e a Vida!

Judas responderá:
- Jesus nasceu no instante em que eu assistia ao seu julgamento e à sua condenação. Compreendi que Jesus estava acima de todos os tesouros terrenos.

Perguntemos, finalmente, a Maria de Nazaré onde e quando nasceu Jesus e ela nos responderá:
- Jesus nasceu em Belém, sob as estrelas, que eram focos de luzes guiando os pastores e suas ovelhas ao berço de palha.
Foi quando o segurei em meus braços pela primeira vez e senti se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele Menino que Deus enviara ao mundo, para ensinar aos homens a lei maior do Amor!

E para nós? Quando Jesus nasceu?

Deixe o Menino Deus, nascer em seu coração neste dia.
Que Ele venha trazer Amor e Paz, a nós que experimentamos viver a lei maior do Amor..

Postado por Marisa Alverga


 

Oração Árabe



Deus,  não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas,
nem uma ovelha nas mãos dos algozes.
Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, e  jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos.

Meu Deus ! Se me deres a fortuna, não me tires a felicidade; se me deres a força, não me tires a sensatez; se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade.
Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo.

Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória, quando bem sucedido e nem desesperado quando sentir insucesso.
Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior.
Ó Deus ! Faze-me sentir que o perdão é maior índice da força, e que a vingança é prova de fraqueza.

Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança.
Se me faltar a beleza da saúde, conforta-me com a graça da fé.
E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão  dos meus  semelhantes, cria em minha alma a  força da desculpa e do perdão.
E finalmente Senhor, se eu Te esquecer, te rogo mesmo assim, nunca Te esqueças de mim !


 Ieda Almeida 


Postado por Marisa Alverga